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Banco do Brasil (BBAS3): Ação cai 3% com alerta de analistas; entenda o que está acontecendo

06 dez 2024, 15:59 - atualizado em 08 dez 2024, 3:22
Banco do Brasil
Em relatório, o Goldman Sachs cortou o preço-alvo para R$ 26 e a recomendação de compra para neutra (Imagem: iStock/Tarcisio Schnaider)

O Banco do Brasil é destaque negativo nessa sessão em meio a relatórios nada favoráveis à estatal. É verdade que o dia é de mau-humor generalizado, com o Ibovespa em baixa de 1,50%. Porém, BBAS3 caiu mais que os outros bancos.

A ação registrou baixa de 2,94%, a R$ 24,63.  Bradesco (BBDC4) caiu 2,30%,  Itaú (ITUB4) 2,04% e Santander (SANB11) 1,05%.



Em relatório, o Goldman Sachs cortou o preço-alvo para R$ 26 e a recomendação de compra para neutra. Para os analistas, o cenário não está muito convidativo para a estatal. O banco cita três fatores principais. São eles:

  1. a deterioração da qualidade dos ativos, particularmente nos empréstimos no agronegócio;
  2. desaceleração no crescimento do RII (resultado de intermediação financeira), pressionada pelos custos de financiamento;
  3. menor contribuição do banco argentino Patagônia;

Mais do que isso, o Goldman vê o ROE, o retorno sobre o patrimonio líquido, recuando dos 21% atuais para 19,5% em 2025 e 18% em 2026, abaixo do ‘limite psicológico’ de 20%. A cifra é vista como ‘número mágico’ no mercado.

O Goldman diz que o papel do BB negocia a 3,6 vezes o preço sobre o lucro (P/L) e 0,8 o preço sobre valor patrimonial (P/BV), abaixo dos bancos privados, é verdade, mas em linha com o seu histórico.

“Achamos que é improvável que o desconto diminua no curto prazo, dado o crescimento mais contido dos lucros e o declínio do ROE do Banco do Brasil”.

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Banco do Brasil: Sem crescimento

Já o Citi também cortou a recomendação de compra para neutra, com preço-alvo de R$ 26.

Na visão dos analistas, há uma combinação desafiadora para o setor, enquanto os bancos já gastaram as suas ‘munições’ para se manterem saudáveis — os spreads estão altos em benefícios de custo de financiamento, o provisionamento caiu, enquanto a eficiência permaneceu consistente em diversificação.

“A boa execução geral no passado e uma desaceleração do crédito se traduzem em revisões de lucros potencialmente mornas ao longo de 2025”.

Em relatório de hoje, o BTG até manteve a recomendação de compra, com o papel negociado a 3,9 vezes o preço sobre o lucro (P/L), mas não deixou de ressaltar que prefere os papéis da BB Seguridade (BBSE3).

Os analistas também lembraram o cenário é mais difícil para NPLs (os empréstimos bancários que não foram pagos pelos seus clientes) agrícolas nos próximos trimestres, enquanto a implementação da CVM 4.966 (nova norma que promete aprimorar a análise de risco) deve impactar o BB mais do que o Itaú.

Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022, 2023 e 2024. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
renan.dantas@moneytimes.com.br
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022, 2023 e 2024. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.