Banco do Brasil (BBAS3): Ação cai 3% com alerta de analistas; entenda o que está acontecendo
O Banco do Brasil é destaque negativo nessa sessão em meio a relatórios nada favoráveis à estatal. É verdade que o dia é de mau-humor generalizado, com o Ibovespa em baixa de 1,50%. Porém, BBAS3 caiu mais que os outros bancos.
A ação registrou baixa de 2,94%, a R$ 24,63. Bradesco (BBDC4) caiu 2,30%, Itaú (ITUB4) 2,04% e Santander (SANB11) 1,05%.
Em relatório, o Goldman Sachs cortou o preço-alvo para R$ 26 e a recomendação de compra para neutra. Para os analistas, o cenário não está muito convidativo para a estatal. O banco cita três fatores principais. São eles:
- a deterioração da qualidade dos ativos, particularmente nos empréstimos no agronegócio;
- desaceleração no crescimento do RII (resultado de intermediação financeira), pressionada pelos custos de financiamento;
- menor contribuição do banco argentino Patagônia;
Mais do que isso, o Goldman vê o ROE, o retorno sobre o patrimonio líquido, recuando dos 21% atuais para 19,5% em 2025 e 18% em 2026, abaixo do ‘limite psicológico’ de 20%. A cifra é vista como ‘número mágico’ no mercado.
O Goldman diz que o papel do BB negocia a 3,6 vezes o preço sobre o lucro (P/L) e 0,8 o preço sobre valor patrimonial (P/BV), abaixo dos bancos privados, é verdade, mas em linha com o seu histórico.
“Achamos que é improvável que o desconto diminua no curto prazo, dado o crescimento mais contido dos lucros e o declínio do ROE do Banco do Brasil”.
Banco do Brasil: Sem crescimento
Já o Citi também cortou a recomendação de compra para neutra, com preço-alvo de R$ 26.
Na visão dos analistas, há uma combinação desafiadora para o setor, enquanto os bancos já gastaram as suas ‘munições’ para se manterem saudáveis — os spreads estão altos em benefícios de custo de financiamento, o provisionamento caiu, enquanto a eficiência permaneceu consistente em diversificação.
“A boa execução geral no passado e uma desaceleração do crédito se traduzem em revisões de lucros potencialmente mornas ao longo de 2025”.
Em relatório de hoje, o BTG até manteve a recomendação de compra, com o papel negociado a 3,9 vezes o preço sobre o lucro (P/L), mas não deixou de ressaltar que prefere os papéis da BB Seguridade (BBSE3).
Os analistas também lembraram o cenário é mais difícil para NPLs (os empréstimos bancários que não foram pagos pelos seus clientes) agrícolas nos próximos trimestres, enquanto a implementação da CVM 4.966 (nova norma que promete aprimorar a análise de risco) deve impactar o BB mais do que o Itaú.