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Banco da Inglaterra defende independência em meio a pressão política

04 ago 2022, 13:45 - atualizado em 04 ago 2022, 13:45
Presidente do Banco da Inglaterra, Andrew Bailey, em Londres, Reino Unido.
O banco agora prevê que a inflação atingirá um pico superior a 13%, mais de seis vezes sua meta (Imagem: Stefan Rousseau/Pool via REUTERS/Foto de arquivo)

O alto escalão do Banco da Inglaterra (BoE) defendeu seu histórico de política monetária nesta quinta-feira, depois que um ministro falou abertamente sobre diluir a independência operacional do banco central.

Falando logo após o BoE ter aumentado as taxas de juros de 1,25% para 1,75%, o diretor Andrew Bailey disse ser importante que o banco central tome decisões de política monetária com independência em relação ao governo.

Com a inflação em breve chegando a dois dígitos, políticos do Partido Conservador têm atacado o desempenho do BoE, conforme sofrem pressão para ajudar as famílias que enfrentam o aumento das contas de energia.

A secretária de Relações Exteriores Liz Truss, favorita para suceder Boris Johnson no cargo de primeiro-ministro, disse que planeja rever o mandato do BoE, mas não disse exatamente o que isso abrangeria.

Bailey disse ser importante entender como o regime foi construído em 1997, acrescentando que ele tem servido muito bem desde então.

Ela não quis comentar a corrida pela liderança do Partido Conservador.

A procuradora-geral Suella Braverman –uma importante aliada de Truss– disse que o BoE foi muito lento para aumentar as taxas de juros em face da inflação crescente.

O banco agora prevê que a inflação atingirá um pico superior a 13%, mais de seis vezes sua meta.

Braverman disse que não está sendo cogitado revogar a independência do BoE.

“Mas existem muitos outros modelos ao redor do mundo em que os bancos centrais têm diferentes graus de independência sobre a política monetária”, disse ela à Sky News.

O vice-presidente do BoE, Ben Broadbent, rejeitou as alegações de que uma inação do banco central no ano passado contribuiu para o aumento da inflação e disse que era impossível prever o impacto da invasão da Ucrânia pela Rússia.

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