Banco Central vê inflação acima de 5% e PIB abaixo de 2% em 2025, mostra Relatório de Política Monetária

O Banco Central (BC) atualizou suas projeções para a economia brasileira no Relatório de Política Monetária (RTM) divulgado nesta quinta-feira (27).
A estimativa do banco para a inflação em 2025 é de 5,1%. O BC diz que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve seguir com variações mensais elevadas e o acumulado em 12 meses deve permanecer ao redor de 5,5% — as projeções apontam para 5,5% e 5,6% nos três primeiros trimestres, e 5,1% no final do ano.
No curto prazo, o banco espera altas na inflação de 0,63% em março, 0,42% em abril, 0,26% em maio e 0,27% em junho.
De acordo com o documento, o índice de preços cairia para 3,7% em 2026 e 3,1% no terceiro trimestre de 2027 — horizonte relevante de política monetária.
Nas projeções para o IPCA, o BC considera a taxa de câmbio no patamar de R$ 5,80 por dólar, valor 2,5% menor do que no Relatório de dezembro.
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O BC também piorou sua estimativa de crescimento econômico do Brasil este ano de 2,1% para 1,9%. O Ministério da Fazenda prevê expansão de 2,3% para o Produto Interno Bruto (PIB) e o mercado, segundo a última pesquisa Focus, estima que a economia crescerá 1,98% em 2025.
Segundo a autarquia, a revisão reflete uma redução no crescimento esperado para setores mais cíclicos, parcialmente compensada por um aumento nos demais.
Em relação à política monetária, a autarquia reiterou mensagem da ata do Comitê de Política Monetária (Copom) de que antevê, em se confirmando o cenário esperado, um ajuste de magnitude menor do que 1 ponto percentual na reunião de maio.
Mais projeções do BC
Para o estoque de crédito livre, em que as taxas são pactuadas livremente entre bancos e tomadores, o banco projeta uma expansão de 7,9%. Para o crédito direcionado, que atende a parâmetros estabelecidos pelo governo, a perspectiva é de alta de 7,5%.
Já em relação ao resultado das transações correntes, a projeção saiu de um saldo negativo de US$ 58 bilhões para um rombo de US$ 62 bilhões.
O banco manteve em US$ 70 bilhões a perspectiva para os Investimentos Diretos no País (IDP) em 2025.
A autarquia calcula que a balança comercial terá superávit de US$ 61 bilhões neste ano, frente à estimativa anterior de saldo positivo de US$ 65 bilhões. A despesa líquida com viagens foi estimada em US$ 14 bilhões, ante US$ 10 bilhões.