Banco Central Europeu precisa de novas regras de compra de títulos que reflitam risco climático, argumentam autoridades
O Banco Central Europeu deve incorporar critérios climáticos em suas compras de títulos corporativos, argumentaram dois membros influentes de seu Conselho nesta quinta-feira, juntando-se a um círculo crescente de autoridades que pedem por novas regras de compra.
O BCE comprou cerca de 300 bilhões de euros em dívidas corporativas nos últimos anos como parte de seus esquemas de estímulo.
Mas o banco tem enfrentado uma enxurrada de críticas de que seu programa favorece empresas poluidoras, porque elas estão representadas em excesso no mercado e os preços de seus títulos não refletem com precisão o risco climático.
O BCE já está debatendo se deve reformar os critérios de compra de títulos, e comentários do chefe do banco central francês, François Villeroy de Galhau, e seu colega holandês, Klaas Knot, sugerem uma pressão crescente por mudanças na forma como o banco ajuda a financiar corporações.
Villeroy argumentou que o BCE poderia cortar ou aumentar as cotas de volume de compra com base em critérios climáticos.
Isso poderia limitar as compras se o desempenho climático de uma empresa for incompatível com o acordo climático de Paris ou levar a compras em excesso de empresas “alinhadas” com o tratado.
Mas ele não pediu pelo desvio de compras para títulos sustentáveis em uma “flexibilização quantitativa verde”. Isso teria como alvo apenas um segmento restrito do mercado e teria um impacto geral menor.