Banco Central Europeu estuda limite de 20% do lucro para dividendos de bancos

Reguladores europeus avaliam uma abordagem mais conservadora do que a do Banco da Inglaterra quanto ao montante de lucro que instituições financeiras podem devolver aos acionistas por meio de dividendos, disseram pessoas com conhecimento do assunto.

Reguladores estudam se devem limitar o pagamento de dividendos apenas para bancos mais fortes nos primeiros nove meses em cerca de 20% do lucro, com o objetivo de reter capital dentro sistema financeiro, disseram as pessoas, que falaram sob anonimato.

O limite está abaixo dos 25% do lucro que bancos britânicos poderiam começar a pagar a partir do próximo ano, segundo anúncio da agência reguladora do Reino Unido na quinta-feira.

Os termos ainda não foram acordados e ainda podem mudar quando o conselho fiscal do BCE decidir se e como suspender a proibição em reunião na próxima semana, disseram as pessoas.

Esse órgão é composto por autoridades nomeadas pelo BCE e principais reguladores bancários nacionais. A Bloomberg informou na quinta-feira que os reguladores estudavam um acordo que prolongaria o veto, permitindo que apenas bancos mais capitalizados da região retomem os pagamentos.

Um porta-voz do BCE não quis comentar.

Bancos europeus, cujas ações mostram desempenho mais fraco do que o mercado em geral neste ano, alertaram repetidamente que restringir a capacidade de pagar dividendos pode afastar investidores.

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Apesar do otimismo de que o fim da pandemia está próximo após ensaios de vacinas bem-sucedidos, alguns reguladores estão preocupados que, se permitirem um retorno total dos pagamentos, os bancos não tenham reservas financeiras para absorver as perdas sem o resgate dos contribuintes.

Os bancos teriam que mostrar que têm capital suficiente para administrar as perdas e continuar emprestando, mesmo que façam um pagamento de dividendos reduzido, disseram as pessoas.

O Banco da Inglaterra disse que permitirá que os bancos façam pagamentos que não excedam 0,2 ponto percentual de seus ativos ponderados pelo risco, ou 25% dos lucros trimestrais acumulados em 2019 e 2020 após a dedução das distribuições aos acionistas.

Autoridades europeias estão em contato com suas contrapartes e cientes das pressões competitivas que os bancos enfrentam em todas as jurisdições, disseram as pessoas.

O BCE também pedirá aos bancos que sejam moderados ao conceder bônus aos funcionários pelo desempenho em 2020, segundo as fontes.