Banco Central Europeu diz que sua política pode estar diminuindo, não aumentando a desigualdade
Anos de política monetária ultrafrouxa do Banco Central Europeu (BCE) podem ter, na verdade, diminuído a desigualdade por meio da criação de empregos que beneficiou desproporcionalmente os mais pobres, disse o BCE nesta quarta-feira.
O banco central tem enfrentado críticas de que suas taxas em mínimas recordes e sua excessiva compra de ativos favorecem principalmente pessoas ricas que têm amplos ativos financeiros e grandes hipotecas, enquanto penaliza poupadores comuns e famílias com pouco ou nenhum ativo.
Os críticos também dizem que as taxas baixas impulsionaram um boom imobiliário que tornou as propriedades, incluindo o aluguel, inacessíveis às famílias mais pobres.
Em um artigo do seu boletim econômico regular, o BCE reconheceu que a desigualdade tem aumentado de forma constante ao longo de décadas, mas afirmou que as causas básicas estão além do escopo da política monetária e incluem fatores como a globalização, o progresso tecnológico e as mudanças fiscais.
O BCE disse que seu programa de compras de ativos, iniciado em 2015, ajudou a reduzir as taxas de desemprego entre os 20% mais pobres em mais de 2 pontos percentuais. As taxas de desemprego de todos os outros grupos de renda, entretanto, caíram menos de 0,5 ponto percentual.