Economia

Banco Central entra em modo ‘stand by’ até clareza sobre política fiscal, avaliam economistas

07 dez 2022, 19:14 - atualizado em 07 dez 2022, 19:17
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Na última reunião do Copom, o Banco Central deixou porta aberta para aumento residual dos juros. (Imagem: Agência Brasil)

Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, decidiu manter a taxa Selic em 13,75% ao ano, ficando em linha com a expectativa do mercado.

Em seu comunicado, o Banco Central reforçou preocupação em relação às perspectivas fiscais, destacando que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados.

“O BC fez uma pequena mudança no balanço de risco da inflação, colocando que a incerteza em relação ao arcabouço fiscal ela é elevada”, afirma Marco Caruso, economista-chefe do Banco Original.

“É um comunicado que indica que precisa de mais detalhes antes de mexer na Selic, não é uma postura de alguém que está pronto para mudar sua estratégia”.

Para Ricardo Jorge, especialista em renda fixa e sócio da Quantzed, o comunicado continua ressaltando que existem fatores de risco relacionados à inflação e que continuam vigilantes.

Ele destaca que os dirigentes da autoridade monetária dão atenção especial ao desenrolar dos eventos futuros por conta da política fiscal.

“O Banco Central, de fato, começa a demonstrar um pouco mais de preocupação no que diz respeito ao âmbito fiscal e isso, de fato, vai impactar as suas decisões político-monetárias.”

Novas altas

Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos, aponta que uma trajetória explosiva das contas públicas certamente afetará as expectativas, o que faria o Banco Central prolongar o atual patamar de juro ou até retomar o ciclo de altas.

De fato, em seu comunicado, o Copom deixou porta aberta para aumento residual dos juros, afirmando que “não hesitará em retomar o ciclo de ajuste caso o processo de desinflação não transcorra como esperado”.

Gustavo Bertotti, economista-chefe da Messem Investimentos, aponta que o grau de incerteza é alto. Além das preocupações em relação às perspectivas fiscais, também são levados em conta os riscos sobre o mercado internacional.

“Na parte externa, os casos de covid-19 continuam crescendo, então há uma preocupação grande com a China, inflação global e aumentos nas taxas de juros pelos bancos centrais das principais economias”, destaca.

Ele ainda destaca que há um temor no mercado de que a economia mundial caminha para uma recessão no ano que vem. “Temos que considerar fatores como alta do dólar, já que causa impacto na inflação. E o Brasil interrompeu o ciclo de desinflação, o que também será colocado no balanço de riscos”, ressalta.

 

 

 

 

 

 

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Formada em Jornalismo pela PUC-SP, tem especialização em Jornalismo Internacional. Atua como editora no Money Times e já trabalhou nas redações do InfoMoney, Você S/A, Você RH, Olhar Digital e Editora Trip.
juliana.americo@moneytimes.com.br
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