Banco Central do Japão mostra maior pessimismo sobre exportações e indústria
O banco central do Japão apresentou nesta quarta-feira uma visão mais sombria sobre as exportações e a produção industrial uma vez que paralisações de fábricas asiáticas provocaram gargalos de oferta, mas manteve o otimismo de que o robusto crescimento global vai manter a recuperação econômica nos trilhos.
O presidente do Banco do Japão, Haruhiko Kuroda, também minimizou temores de que os problemas de dívida do China Evergrande Group podem afetar o sistema financeiro global, dizendo que ainda é “problema de uma empresa particular e do setor imobiliário da China”.
“Precisamos ficar de olho se isso afeta os mercados globais. Mas por enquanto não vejo isso se tornando um problema global maior”, disse Kuroda em entrevista quando questionado sobre a agitação do mercado em relação ao futuro da Evergrande.
Como esperado, o Banco do Japão deixou inalterada sua meta de juros de curto prazo em -0,1% e a dos rendimentos dos títulos de 10 anos em torno de 0% em sua revisão de política monetária.
O banco também decidiu os detalhes de seu esquema de financiamento verde, que começará a distribuir empréstimos em dezembro.
Embora o banco central tenha mantido sua visão de que a economia está acelerando como tendência, apresentou uma visão mais sombria sobre as exportações e produção já que os fechamento de fábricas asiáticas devido à pandemia de coronavírus forçou algumas a reduzir a produção.
“As exportações e a produção industrial continuam a aumentar, embora tenham sido parcialmente afetadas por restrições de oferta”, disse o banco em comunicado. Essa foi uma visão mais pessimista do que a de julho, quando disse que as exportações e a produção “continuavam a aumentar de forma constante”.
Os problemas na cadeia de oferta ampliam as preocupações sobre a frágil recuperação do Japão, que tem sido afetada pelo consumo fraco uma vez que restrições emergenciais para combater a pandemia impedem que as famílias aumentem os gastos.
Kuroda disse haver incerteza sobre por quanto tempo as restrições de oferta vão durar. Ele também disse que a fraqueza no consumo de julho a agosto, quando os casos de infecção saltaram, foi “algo inesperado”.
Mas destacou que a contínua força do crescimento dos Estados Unidos e da China, bem como o avanço da vacinação, ajudarão a economia do Japão a se recuperar.