Banco Central deve manter Selic em 13,75%, enquanto Federal Reserve aperta mais a economia; veja o que movimenta a quarta-feira (03)
Chegou o tão esperado dia das reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom) e do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) do Federal Reserve. Apesar da expectativa, a Super Quarta de maio não deve ser recheada de grandes surpresas.
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, já deixou claro que a autoridade monetária vai pensar duas vezes antes de reduzir a taxa Selic. Isso porque as projeções inflacionárias seguem desancoradas no longo prazo. Por isso, a expectativa é de que o juro básico permaneça em 13,75% ao ano por mais um tempo.
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Ricardo Jorge, especialista em renda fixa da Quantzed, destaca que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de março veio melhor do que o esperado e ajuda na condução de política monetária.
“No entanto, ainda para essa reunião, a expectativa é de manutenção dos juros. Inclusive, por causa das declarações que o Campos Neto deu no Senado, dizendo que ainda é cedo. É preciso mais consistência nos dados para que se comece um ciclo de afrouxamento monetário”, afirma.
A Selic pode até não mudar. Porém, o mercado espera que, no comunicado, o Copom traga ao menos uma luz de quando a taxa básica de juros começa a cair.
Já o Fed deve elevar a taxa em 0,25 ponto percentual (pp). Se confirmada, será a décima alta seguida nos juros dos Estados Unidos. No entanto, não é descartada uma pausa no aperto diante da instabilidade no setor bancário, pressionada agora pela falência do First Republic Bank.
Confira a agenda econômica desta quarta-feira (03)
Horário | País | Indicador |
— | China | Feriado |
— | Japão | Feriado |
06h | Reino Unido | Taxa de desemprego (março) |
08h | EUA | Índice do Mercado Hipotecário |
09h15 | EUA | Relatório de emprego ADP |
10h45 | EUA | PMI de Serviços, Composto e Global (abril) |
15h | EUA | Reunião do Fomc |
18h30 | Brasil | Reunião do Copom |
22h45 | China | PMI Industrial (abril) |
Política
No front político, é grande a expectativa sobre os novos diretores do BC. Segundo o ministro Fernando Haddad, o governo pode bater o martelo ainda esta semana.
Em fevereiro, acabou o mandato dos diretores de Fiscalização, Paulo Souza, e Política Monetária, Bruno Serra. No entanto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não escolheu os substitutos para os cargos.
A expectativa gira em torno de que Lula optará por nomes técnicos, de carreira do BC, ou se vai seguir por um lado político e colocar nomes com a mesma visão econômica do governo.
Hoje, porém, a agenda do presidente não traz compromissos sobre o tema, que deve seguir sem definição. Ao menos por enquanto.
Confira a agenda de Lula desta quarta-feira (03)
Horário | Evento |
9h | Ministro da Defesa, José Múcio |
10h | Presidenta do Banco do Brasil, Tarciana Medeiros |
11h | Cerimônia de assinatura do decreto do Centro de Bionegócios da Amazônia |
12h30 | Almoço com o Alto-Comando do Exército |
15h | Ministro da Secretaria de Comunicação Social, Paulo Pimenta |
16h | Ministro dos Transportes, Renan Filho, e governador do Paraná, Ratinho Júnior |