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Banco Central da Nigéria pede que instituições encerrem contas ligadas a corretoras cripto

06 fev 2021, 10:56 - atualizado em 06 fev 2021, 10:56
Instituições financeiras nigerianas estavam proibidas de armazenar ou transacionar criptomoedas e foram obrigadas a garantir que qualquer parte que operasse com criptomoedas tivesse amplas medidas antilavagem de dinheiro (AML) e de “conheça seu cliente” (KYC) implementadas (Imagem: Unsplash/dadaben_)

O Banco Central da Nigéria (CBN) emitiu uma carta, pedindo que instituições financeiras regulamentadas do país “imediatamente” encerrassem contas ligadas a atividades relacionadas a criptomoedas.

A carta, datada de ontem (5), afirma que “o Banco deseja relembrar às instituições reguladas que  é proibido lidar com criptomoedas ou realizar pagamentos a corretoras de criptomoedas”.

“Portanto, todas as DMBs [bancos de depósitos monetários], NBFI [instituições financeiras não bancárias] e OFIs [outras instituições financeiras] estão direcionadas a identificar pessoas e/ou entidades que transacionam ou operam com corretoras de criptomoedas em seus sistemas e certifiquem que tais contas sejam encerradas imediatamente. Favor entender que violações dessa diretiva irão resultar em severas sanções regulatórias”, continuou a carta.

Empresas que fornecem serviços de corretagem no país reagiram à notícia, apesar de as respostas práticas terem divergido de empresa para empresa.

Changpeng Zhao (CZ), CEO da corretora cripto Binance, tuitou:

Recebemos uma notificação de nossos parceiros de canais que depósitos e saques em NGN [nairas nigerianas] serão afetados. Ainda estamos confirmando detalhes sobre quando/como. 

Favor sacar suas NGNs o quanto antes para evitar possíveis problemas nos canais. Irei compartilhar mais detalhes conforme estes ficarem disponíveis.

“É provável que bancos da Nigéria parem de trabalhar com corretoras”, afirmou CZ em outro tuíte, prevendo que, como resultado, corretoras de ponto a ponto (P2P) vão se expandir.

Binance descreveu a situações em uma publicação formal:

A partir das 16h [horário de Brasília], em 5 de fevereiro de 2021, Binance irá suspender temporariamente depósitos em NGN por meio de nossos canais de parceiros.

Serviços de saque continuarão normais e sendo processados, mas pode levar mais tempo do que o normal. Pedimos desculpas por qualquer inconveniência que isso possa causar.

Outros serviços de corretagem afirmam que planejam continuar operando.

BuyCoins, corretora nigeriana, tuitou:

Estamos completamente cientes da mais nova notificação do CBN e iremos trabalhar com reguladores para garantir que nossos serviços sejam complacentes. Toda a negociação em nossa plataforma continua normal e todos os fundos de usuários estão seguros.

Luno, corretora londrina, anunciou que também irá operar normalmente até receber mais informações das autoridades:

Alguns métodos de depósito em naira foram afetados. Favor checar a página de status para mais atualizações. Saques não foram afetados e continuarão sendo processados, mas pode levar mais tempo do que o normal. Todos os fundos de usuários estão completamente seguros.

O anúncio do CBN expande as orientações de 2017 que o banco central havia emitido em relação a moedas virtuais, alertando que podem ser usadas para atividades ilegais, financiamento ao terrorismo ou crimes financeiros.

Instituições financeiras nigerianas estavam proibidas de armazenar ou transacionar criptomoedas e foram obrigadas a garantir que qualquer parte que operasse com criptomoedas tivesse amplas medidas antilavagem de dinheiro (AML) e de “conheça seu cliente” (KYC) implementadas.

Atualmente, a África Subsaariana é a segunda maior região do mundo em volume de bitcoin transacionado de ponto a ponto, atrás da América do Norte, segundo dados sobre a Paxful.

Volume negociado na corretora P2P Paxful no último ano por região (Imagem: Useful Tulips)