Banco Central da Coreia do Sul inicia testes para uma criptomoeda
Bank of Korea, o banco central do país, lançou um programa-piloto para testar um won digital.
O banco central afirmou que o programa foi lançado em março e continuará até dezembro de 2021. O programa de 22 meses almeja identificar normas técnicas e jurídicas exigidas para criar e emitir uma criptomoeda.
De uma perspectiva técnica, definirá o design de uma moeda digital emitida por banco central (CBDC, na sigla em inglês), um método operacional de uma CBDC e se a tecnologia blockchain será viável para implementação.
De uma perspectiva jurídica, o programa analisará problemas jurídicos previstos ao apresentar uma CBDC e, de forma adequada, irá preparar um plano de alteração específico para a lei do Bank of Korea.
Confira o cronograma do programa-piloto:
– design e definição de requisitos da CBDC: 5 meses (de março de 2020 a julho de 2020);
– avaliação de tecnologia: 5 meses (de abril de 2020 a agosto de 2020);
– análise e consultoria do processo comercial: 4 meses (de setembro de 2020 a dezembro de 2020);
– criação e teste do sistema-piloto da CBDC: 12 meses (de janeiro de 2021 a dezembro de 2021).
É importante destacar que o banco disse que não vai necessariamente “emitir uma CBDC no futuro próximo” porque a demanda por dinheiro ainda existe, dentre outros fatores. Porém, precisa estar preparado para responder “imediatamente” a futuras mudanças no setor de pagamentos.
O banco deu a dica de realizar uma pesquisa sobre CBDCs em dezembro de 2019. Na época, estava contratando especialistas para estudar CBDC e analisar as iniciativas de criptomoedas de outros países.
Bancos centrais em todo o mundo parecem ter acelerado suas iniciativas de pesquisa em criptomoedas. Na semana passada, o Banco Central da França também lançou um programa experimental para testar a integração do euro digital em procedimentos de transação.
O Banco de Compensações Internacionais (BIS), considerado “o banco central dos bancos centrais”, afirmou, recentemente, que uma mudança nos comportamentos de pagamento trazida pela pandemia do coronavírus e preocupações de que o dinheiro físico possa ser um vetor para a propagação da doença, poderiam impulsionar a demanda por métodos digitais como CBDCs.
“Infraestruturas de pagamento resilientes e acessíveis, operadas por bancos centrais, poderiam rapidamente se tornar mais relevantes, incluindo CBDCs para o varejo”, afirmou o BIS.