Banco Central da China descarta total anonimidade de CBDC

Um oficial do Banco Central da China (PBoC, na sigla em inglês) disse que “uma moeda digital emitida pelo banco central (CBDC) totalmente anônima não é uma opção” com base no consenso internacional.

No último sábado (20), Mu Changchun, diretor do Instituto de Pesquisa de Moeda Digital do banco central chinês, afirmou em um fórum que a chamada “anonimidade controlável” é parte essencial das características do yuan digital da China.

É também a primeira vez que o PBoC confirmou publicamente e detalhou amplamente o uso de yuan digital não somente como forma de pagamento, mas também como ferramenta de vigilância financeira de alto nível.

“A condição prévia de anonimidade de CBDCs é de ter risco controlável e ser limitado. Uma CBDC totalmente anônimo não é prático”, disse Mu. Ele acrescentou que a anonimidade controlável é também baseada no consenso internacional.

Qualquer característica que não cumpra os propósitos contra lavagem de dinheiro, financiamento de terrorismo e evasão de impostos será simplesmente vetada, ele disse.

Segundo Mu, a característica de anonimidade controlável do yuan digital significa que a privacidade se aplica a usuários finais somente quando esses fazem transações entre si, enquanto que os detalhes das transações permanecem visíveis para o banco central e para órgãos reguladores.

As afirmações do diretor do Instituto de Pesquisa de Moeda Digital confirmam o relatório do The Block, de 2020, de que as patentes autorizadas pelo PBoC sugerem que a intenção tecnológica do yuan digital é de ser uma ferramenta de rastreamento financeiro.

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Mu disse que haverá consequências severas caso o design do yuan digital da China valorize em excesso a privacidade dos usuários e ignore a supervisão financeira de atividades criminosas.

O diretor citou o amplo uso de Tether (USDT) e de bitcoin (BTC) por criminosos em esquemas de lavagem de dinheiro coletado de atividades econômicas ilegais, como tráfico de drogas e jogos de azar on-line.

Na semana passada, foi noticiado que a extensiva repressão da China a crimes cibernéticos sentenciou, desde novembro de 2020, quase 100 pessoas à prisão por lavagem de dinheiro ao utilizarem tether por meio de mesas de mercado de balcão de cripto no valor de mais de US$ 30 milhões.