Internacional

Argentina: Banco Central limita compra de moeda pra conter crise cambial

01 set 2019, 17:16 - atualizado em 02 set 2019, 7:20
Banco Central da Argentina
(Imagem: REUTERS/Agustin Marcarian)

O governo da Argentina autorizou o Banco Central a restringir compras de moeda estrangeira, segundo decreto publicado no Diário Oficial neste domingo.

O decreto inclui grandes exportadores, que precisarão de permissão do banco central para acessar o mercado de moeda estrangeira e fazer transferências para o exterior.

“Dados vários fatores que impactaram a evolução da economia argentina e a incerteza nos mercados financeiros, o executivo precisou adotar uma série de medidas extraordinárias com vistas a assegurar o funcionamento normal da economia, manter o nível de atividade e emprego e proteger consumidores”, afirmou o decreto.

A medida é um passo adicional do banco central, que já havia anunciado na sexta-feira que bancos precisarão buscar autorização prévia antes de distribuir seus lucros, o que visa “evitar qualquer falta de recursos” e garantir a liquidez do sistema financeiro do país.

Alguns economistas do setor privado disseram que a política anunciada na sexta-feira, que pode limitar a disponibilidade de moeda forte para instituições financeiras, parece um retorno aos controles de capital na terceira maior economia da América Latina.

O governo da Argentina e seu banco central estão desesperadamente tentando estabilizar a economia após os resultados de uma eleição primária em 11 de agosto terem gerado um caos nos mercados de títulos e ações do país, desvalorizando fortemente o peso.

Na semana passada, o risco-país explodiu para níveis não vistos desde 2005, enquanto a moeda local ampliou sua perda até o momento no ano para 36%.

O candidato peronista de centro-esquerda Alberto Fernandez conquistou liderança acima do esperado nas primárias sobre o atual presidente pró-mercado Mauricio Macri, causando temores no mercado sobre um possível retorno às políticas intervencionistas da ex-presidente Cristina Fernandez de Kirchner, candidata a vice-presidente de Fernandez.

Fernandez é agora o principal favorito nas eleições presidenciais da Argentina que acontecem em outubro.

O banco central gastou quase 1 bilhão de dólares em reservas desde quarta-feira, em um esforço para sustentar o peso.

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