Banco Central da Alemanha pode ter primeira mulher presidente
A decisão de Jens Weidmann de deixar o comando do Bundesbank, o Banco Central da Alemanha, oferece uma oportunidade única de remodelar a instituição de combate à inflação quando uma transição geracional se instala na política com a saída da chanceler Angela Merkel.
Qualquer candidato – que deve ser nomeado pelo próximo governo – será avaliado em pelo menos três princípios fundamentais: experiência profissional, gênero e filiação política.
Uma primeira mulher a chefiar o banco central da Alemanha, uma indicação rara de um economista que não seja veterano da instituição ou as duas opções combinadas são apenas algumas das possibilidades.
Entre os nomes citados para o cargo estão Claudia Buch, atualmente vice de Weidmann, Isabel Schnabel, que faz parte do conselho executivo do Banco Central Europeu, e o chefe do think tank DIW, Marcel Fratzscher.
A nomeação será a mais importante para o conselho do BCE até 2026, quando o vice-presidente da instituição, Luis de Guindos, encerrará seu mandato de oito anos.
Claudia Buch
A número 2 de Weidmann no banco central alemão poderia ser promovida. Com 55 anos, entrou no Bundesbank em 2014 e já é um rosto conhecido nas reuniões do conselho do BCE e em encontros globais.
Anteriormente, fez parte do painel de conselheiros econômicos do governo alemão, a segunda mulher a assumir o cargo. No entanto, sua área de especialização é estabilidade financeira, e não política monetária, e sua nomeação como vice-presidente do Bundesbank era vista na época como uma vitória para os democratas-cristãos de Merkel, que provavelmente não farão parte do próximo governo.
Isabel Schnabel
Schnabel foi indicada ao conselho executivo do BCE em 2020 e, desde então, tornou-se uma figura-chave na comunicação das políticas da instituição ao público alemão em geral. Com 50 anos, ela sucedeu Buch no Conselho Alemão de Especialistas Econômicos, que aparece nos currículos de várias ex-autoridades do Bundesbank.
Fratzscher, 50 de anos, lidera o think tank DIW em Berlim e foi anteriormente chefe de Análise de Política Internacional do BCE.
Como um crítico frequente do modelo econômico alemão e defensor das políticas do BCE, sua postura poderia lhe render aplausos entre os sociais-democratas de centro-esquerda e verdes. O Partido Democratas Livres, porém, defende um candidato que represente a continuidade – e este pode não ser ele.