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Banco Central bate o pé e mantém Selic em 13,75%

03 maio 2023, 18:47 - atualizado em 03 maio 2023, 18:47
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Banco Central: Selic está em 13,75% ao ano desde agosto do ano passado e é o maior patamar da taxa de juros desde janeiro de 2017. (Imagem: Agência Brasil)

O Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, decidiu manter a taxa Selic em 13,75% ao ano, nesta quarta-feira (3).

Este é o maior patamar da taxa básica de juros desde janeiro de 2017, onde a Selic está estacionada desde agosto.

A decisão de hoje não pegou o mercado de surpresa, embora desagrade o governo. Desde que tomou posse, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vem criticando a Selic alta e questionando a autonomia do Banco Central.

A equipe econômica também correu contra o tempo para apresentar um nove arcabouço fiscal, que sinalizasse o interesse do atual governo com a responsabilidade fiscal.

No entanto, a proposta ainda nem foi votada na Câmara dos Deputados. Além disso, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, já falou mais de uma vez que as projeções inflacionárias para longo prazo estão desancoradas e que não é hora de reduzir os juros.

A dúvida agora é de até quando o Banco Central vai manter o período de manutenção da Selic. A autoridade monetária elevou os juros 12 vezes desde março de 2021, quando estava no menor patamar histórico de 2%.

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Lula vs Banco Central

Na segunda-feira (1º), durante ato sindical pelo Dia do Trabalho, em São Paulo, Lula voltou a criticar o atual patamar da taxa Selic.

“A gente não pode viver mais em um país onde a taxa de juros não controla a inflação. Ela controla, na verdade, o desemprego nesse país, porque ela é responsável por uma parte do que vivemos hoje”, afirmou.

O presidente também ganhou um reforço na sua posição. Em entrevista para o Valor Econômico, a ministra do Planejamento, Simone Tebet, disse que a aprovação do arcabouço fiscal deixará o Banco Central sem alternativa em relação à Selic.

“Não terá mais desculpas para não baixar o juro no Copom, nem que seja 0,25 ponto percentual. A cada condição que o BC coloca e a gente vai resolvendo, eles vão colocando outras. Vão colocar mais o quê?”, questionou.