Banco Central ataca novamente e tenta outra intervenção no dólar; o que esperar do Ibovespa (IBOV) nesta quinta (19)
O dia deve ser de uma tentativa recuperação no mercado que viveu uma quarta-feira sangrenta após a decisão monetária do Federal Reserve e incertezas fiscais no Brasil.
Por conta da alta desenfreada do dólar, o Banco Central anunciou que fará nesta manhã um leilão de venda de dólar à vista no valor de até US$ 3 bilhões.
Só ontem, o BC realizou quatro sessões seguidas de intervenções em que inundou o mercado com mais de US$ 12,75 bilhões, em operações à vista e também em leilões de linha, em que a autarquia empresta dólares ao mercado com o compromisso de recompra.
Também pesa no mercado a tramitação do pacote de corte de gastos do governo no Congresso. O governo não conseguiu votos para aprovar ontem mesmo a proposta na Câmara dos Deputados, que foi desidratado ao longo do dia. Arthur Lira, então, adiou a votação da proposta para esta quinta-feira, (19).
Os parlamentares aprovaram um projeto do pacote, com novos gatilhos para reforçar o arcabouço fiscal. Por outro lado, eles derrubaram o corte emendas parlamentares impositivas para cobrir gastos obrigatórios e cumprir o limite de despesas.
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No último pregão, o Ibovespa (IBOV) teve mais um dia de forte aversão ao risco com o temor de desidratação das medidas fiscais no Congresso Nacional como pano de fundo. O desempenho negativo também foi puxado pela decisão sobre os juros nos Estados Unidos — que derrubou os índices em Wall Street.
Nesta quarta-feira (18), o principal índice da bolsa brasileira caiu 3,15%, aos 120.771,88 pontos.
Já o dólar à vista (USBRL) quebrou o recorde anterior e terminou a sessão a R$ 6,2657 (+2,78%), no maior valor nominal de fechamento da história. Ao longo do dia, a divisa superou a cotação de R$ 6,27 pela primeira vez desde a criação do real, em 1994.
O que esperar de Wall Street
Lá fora, o dia é de agenda esvaziada — com exceção do PIB nos EUA —, dando bastante tempo para os investidores pensarem e digerirem a última reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) do ano.
O Fed cortou os juros de referência dos Estados Unidos (EUA) em 0,25 ponto percentual. Com isso, a taxa, que estava no intervalo de 4,50% a 4,75%, foi reduzida para 4,25% a 4,50% ao ano.
Mas o que pesou mesmo foram as falas do presidente Jerome Powell, que não descartou a possibilidade de elevar as taxas de juros no próximo ano. “Não há certeza real sobre qual é a taxa dos juros neutra e por isso precisamos proceder com cautela”, disse.
Além disso, o gráfico de pontos sinalizava que os diretores do banco central americano esperam por mais dois cortes de 0,25 pp no ano que vem, contra quatro cortes projetados em setembro.
O que vem pressionando a autoridade monetária é a inflação ainda resistente — em novembro, os preços ao consumidor (CPI) tiveram o maior aumento em sete meses — e a volta de Donald Trump à Casa Branca, que promete mudar a dinâmica dos mercados e taxas envolvendo os EUA.
As bolsas internacionais operam em baixa, enquanto os futuros de Wall Street amanheceram no positivo.
Morning Times: Confira os mercados na manhã desta quinta-feira (19)
Bolsas asiáticas
- Tóquio/Nikkei: -0,69%
- Hong Kong/Hang Seng: -0,56%
- China/Xangai: -0,36%
Bolsas europeias (mercado aberto)
- Londres/FTSE100: -1,22%
- Frankfurt/DAX: -0,97%
- Paris/CAC 40: -1,23%
Wall Street (mercado futuro)
- Nasdaq: +0,36%
- S&P 500: +0,44%
- Dow Jones: +0,36%
Commodities
- Petróleo/Brent: +0,01%, a US$ 73,40 o barril
- Petróleo/WTI: -0,82%, a US$ 70 o barril
- Minério de ferro: -1,08%, a US$ 106,69 a tonelada em Dalian
Criptomoedas
- Bitcoin (BTC): -2,1%, a US$ 101.891
- Ethereum (ETH): -4,8%, a US$ 3.681
Boa quinta-feira e fique de olho no Money Times para acompanhar as notícias do mercado!