Economia

Banco Central ainda não viu o efeito esperado do ciclo aperto monetário, diz ata do Copom

27 set 2022, 8:40 - atualizado em 27 set 2022, 9:23
Banco Central deixou em aberto a porta para novas elevações da Selic, caso a inflação volte a subir. (Imagem: Agência Brasil)

O Comitê de Política Monetária (Copom) destacou em sua ata divulgada há pouco que o ciclo de aperto monetário tem sido bastante intenso, mas que ainda não apresentou grande parte do efeito contracionista esperado e nem teve impacto sobre a inflação.

Na semana passada, a autoridade monetária optou por manter a taxa Selic no patamar de 13,75% ao ano, depois de 12 altas seguidas nos juros. No entanto, o Banco Central não confirmou o fim do ciclo de aperto.

Na ata, o Copom reforçou que manterá a vigilância, avaliando se a estratégia de manutenção da taxa básica de juros por um período suficientemente prolongado será capaz de controlar a inflação.

“O Comitê enfatiza que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados e não hesitará em retomar o ciclo de ajuste caso o processo de desinflação não transcorra como esperado”, diz na ata.

Ou seja, o Banco Central deixou em aberto a porta para novas elevações, caso a inflação volte a subir. Nos últimos dois meses, a inflação apresentou queda, puxada, principalmente, pelas medidas do governo de controle do preço dos combustíveis e reajustes nos valores da Petrobras (PETR3, PETR4).

Cenário interno e externo

O Banco Central também aproveitou para apontar a sua preocupação com a política fiscal de 2023.

“O aumento de gastos de forma permanente e a incerteza sobre sua trajetória a partir do próximo ano podem elevar os prêmios de risco do país e as expectativas de inflação.”

Além disso, o cenário internacional também não ajuda, sendo que o risco de uma desaceleração mais acentuada da atividade econômica global se elevou.

Entre os fatores que podem acelerar a inflação, estão a uma maior persistência das pressões inflacionárias globais; a incerteza sobre o futuro do arcabouço fiscal do país e estímulos fiscais adicionais que impliquem sustentação da demanda agregada; e um hiato do produto mais estreito que o utilizado atualmente pelo Comitê em seu cenário de referência, em particular no mercado de trabalho.

Por outro lado, pode ajudar com a inflação uma queda adicional dos preços das commodities internacionais em moeda local; uma desaceleração da atividade econômica global mais acentuada do que a projetada; e a manutenção dos cortes de impostos projetados para serem revertidos em 2023.

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Formada em Jornalismo pela PUC-SP, tem especialização em Jornalismo Internacional. Atua como editora no Money Times e já trabalhou nas redações do InfoMoney, Você S/A, Você RH, Olhar Digital e Editora Trip.
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