Banco ABC vai bem onde as fintechs vão mal
O Banco ABC (ABCB4) nada de braçada em um setor difícil para outros bancos, como fintechs: o segmento de middle, ou de médias empresas, aponta o Itaú BBA.
“O mercado de crédito corporativo do segmento não é para amadores. O Banco ABC tem cuidadosamente expandido seu portfólio no segmento, que já alcançou R$ 2,4 bilhões (11% da carteira de crédito), com inadimplência abaixo de 1%”, observa.
Essa alta, lembra o BBA, contribuiu para um crescimento de 15% na carteira de crédito e de 22% na margem financeira com clientes no primeiro semestre deste ano na comparação com o mesmo período de 2020.
A corretora elevou a recomendação do Banco ABC de neutra para compra, com preço-alvo de R$ 24, potencial de alta de 36% ante o último fechamento.
Ainda segundo o BBA, os resultados do banco têm superado as estimativas por dois trimestres consecutivos, com surpresas positivas em spreads.
“O upgrade também foi motivado por um fator estratégico. Vemos diversas empresas e fintechs entrando no desafiador – e rentável – mercado de crédito, segmento em que o Banco ABC tem histórico comprovado em concessão, sólida base de funding e consistente geração de lucro”, afirma.
Além disso, a empresa é uma opção para o investidor que quer lucrar com small caps (empresas de menor capitalização de mercado quando comparadas às tradicionais blue chips) pelos resultados consistentes, precificação razoável e bom potencial de valorização, além da oportunidade adicional de explorar novas avenidas de crescimento, diz.
Estimativas
Para 2021 e 2022, os analistas Pedro Leduc e Mateus Raffaelli, que assinam o relatório, elevaram as projeções de lucro em 7% e 4%, respectivamente, graças aos bons resultados recentes.
“Nos nossos números temos um crescimento de carteira, na comparação anual, de 12% e 10% em 2021 e 2022, respectivamente. A margem financeira deve crescer a um ritmo ainda mais acelerado, graças a um melhor mix, com aumento da representatividade do Middle Market na carteira”, argumentam.
ABC Brasil ou Banrisul?
Agora que a qualidade do ativo dos bancos de médio porte deixou de ser a maior preocupação do mercado, os investidores devem focar em geração de receita e pressão inflacionária. E, nesse contexto, quem se sai melhor é o ABC Brasil.
O Bank of America observou uma tendência positiva nos resultados do segundo trimestre do ano do ABC que provavelmente continuará nos próximos trimestres, suportada pelo sólido momentum de ganhos.
“Estimamos que o ABC postará uma geração de receita forte, apoiada pelo sólido crescimento do portfólio de crédito e um mix melhor, assim como pela melhoria na geração de receitas de tarifas devido à melhora na diversificação”, afirmou o banco.
No caso do Banrisul (BRSR6), o Bank of America não está tão otimista assim. Enquanto os bancos brasileiros sob a cobertura da instituição apresentaram uma média de crescimento na carteira de crédito de 13% no comparativo anual entre abril e junho de 2021, o Banrisul entregou avanço de apenas 2%.