Banco ABC está bem preparado para enfrentar a crise, defende BTG
O atual cenário é desafiador para o ABC Brasil (ABCB4), que vê sua lucratividade pressionada por tarifas e provisões. Mesmo assim, o BTG Pactual (BPAC11) acredita que o banco tem experiência de sobra para enfrentar a crise causada pelo coronavírus.
“A instituição está bem capitalizada e possui um bom histórico de resultados com baixa volatilidade, forte credibilidade administrativa e boa marca e posição”, explicam os analistas Eduardo Rosman e Thomas Peredo.
Durante a videoconferência organizada pelo BTG, na qual participaram o deputy CEO do ABC Brasil, Sergio Lulia, bem como o CFO Sergio Borejo e a equipe de Relações com Investidores da companhia, foram destacadas a situação de capital do banco e a experiência adquirida ao longo das décadas pelo time de administração, que já enfrentou diversas situações difíceis.
No geral, a empresa tem mantido uma boa performance. A companhia se diz confortável com a exposição de crédito de seu portfólio, que engloba setores mais defensivos, como Energia (12,6%), Serviços Financeiros (9,2%), Transporte e Logística (8,5%) e Açúcar e Etanol (7,8%).
O ABC Brasil também fez mudanças operacionais para enfrentar os efeitos da doença. Para viabilizar o trabalho remoto a quase toda a equipe, a instituição comprou laptops e melhorou sua infraestrutura computacional. Isso possibilitou que 95% do quadro de funcionários continuasse operando sob quarentena.
Financiamento
Com o crescimento da demanda por crédito e dos spreads bancários, o ABC Brasil decidiu adotar uma estratégia mais seletiva, dando maior exposição aos setores mencionados anteriormente.
A instituição também aproveitou para reforçar o financiamento, que deixou de ser um problema. A empresa viu uma janela de oportunidade nos financiamentos externos, dado que as taxas de tesouro dos Estados Unidos caíram mais rápido do que a taxa Selic.
“As medidas anunciadas pelo Banco Central para dar mais liquidez e capital são boas caso necessárias, mas o ABC Brasil não precisa disso agora e não tem intenção de usar o recurso”, destacam Rosman e Peredo.
Colocando tudo sob perspectiva, o BTG tem recomendação de compra para a ação, com preço-alvo em 12 meses de R$ 26.