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Banco ABC (ABCB4) projeta 2026 complexo para o agronegócio: ‘Há uma crise, mas já passamos por várias’

04 dez 2025, 12:37 - atualizado em 04 dez 2025, 13:35
banco abc agronegócio
(Foto: Divulgação)

Há 35 anos no Brasil, o Banco ABC (ABCB4) conta com forte presença no agronegócio desde seus primeiros dias. Atualmente, 24% da carteira de ativos do banco — que totaliza entre R$ 53 bilhões e R$ 55 bilhões — está alocada no setor, algo entre R$ 12,5 e 13 bilhões. Para o próximo ano, porém, as perspectivas não são tão animadoras.

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2025 já foi díficil e 2026 também deve ser um ano complexo. O produtor vai ter que fazer mais contas, ter mais diligência e estruturas melhor sua dívida. Em alguns casos, será preciso vender ativos para equilibrar dívida e geração de caixa”, vê Daniel Credidio, vice-presidente comercial do Segmento Middle & Vertical Agro do Banco ABC, ao Money Times.

Mesmo reconhecendo a existência de uma crise no agronegócio, Credidio reforça que o setor — assim como o próprio banco — já atravessou vários eventos do tipo ao longo das últimas décadas. Ele destaca que a proximidade com o cliente, algo que o banco não abre mão, é um grande diferencial frente a outros players.

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“O ciclo do agro teve anos muito positivos e agora chegou um momento mais complexo. No nosso perfil de clientes, temos uma régua mais apurada. Se o cliente apresenta algum problema, estando próximos, conseguimos oferecer uma solução viável e rápida. É fácil conceder crédito da Faria Lima; difícil é conseguir resolver problemas de longe. Ainda temos uma carteira muito saudável”.

A atuação do banco engloba toda a cadeia do agronegócio — cooperativas, tradings, revendas, produtor rural, indústria, etanol de milho e de cana. No entanto, o ABC optou por ter uma política mais restritiva para arrendatários, segmento que mais sofreu com a crise, em linha com a visão de outras grandes instituições como Santander e o Itaú BBA.

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O que causou a crise no agronegócio?

Entre os principais fatores que levaram ao cenário atual, Credidio cita:

  • problemas climáticos;
  • queda nos preços das commodities agrícolas;
  • forte alavancagem do setor, ainda que característica para o agronegócio;
  • Selic em 15%.

“Toda essa combinação tornou o ambiente muito adverso. O setor é cíclico e a retomada virá, mas pode se estender um pouco. Ainda esperamos crescer em 2025”, afirma, sem detalhar metas para o segmento.

Sobre a Resolução 4966 do Banco Central, que entrou em vigor em janeiro e endureceu as normas contábeis e de provisão de crédito dos bancos, o diretor explicou que o Banco ABC não apresentou grandes impactos por já ter se organizado nessa estrutura há três anos.



“Fomos menos impactados que o mercado. Como nossa carteira em produtores médios ainda é menor, o impacto também é menor. Trabalhamos historicamente com corporate e large market; a abertura para médias empresas é mais recente”.

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A respeito do aumento dos pedidos de recuperação judicial (RJ), Credidio avalia que muitos poderiam ter sido evitados com diálogo prévio entre produtores e credores:

“O produtor é tomador frequente de crédito. Uma vez que pede RJ, fica a pergunta: como ele vai fomentar o negócio depois?”

A vertical agro do Banco ABC

Na metade de 2025, na virada do semestre, o Banco ABC lançou sua vertical agro — iniciativa voltada a consolidar e aprofundar a atuação histórica da instituição no agronegócio, seguindo o movimento já adotado por grandes bancos nos últimos anos.

Mesmo criada em meio à crise, a decisão reforça a visão de longo prazo da instituição. A vertical reúne equipes distribuídas em quase 50 municípios, com foco em proximidade e conhecimento local.

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“Esta não é a primeira e nem será a última crise. Não se trata apenas de uma equipe comercial dedicada; falo de backoffice, jurídico, crédito, análise setorial. Hoje temos um time totalmente dedicado. Criamos essa vertical para somar forças e ter muito mais profundidade, que sempre foi parte do nosso DNA. Dados são fundamentais, mas não substituem a presença de um profissional na ponta”.

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Repórter
Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural. Em 2024 e 2025, ficou entre os 100 jornalistas + Admirados da Imprensa do Agronegócio.
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Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural. Em 2024 e 2025, ficou entre os 100 jornalistas + Admirados da Imprensa do Agronegócio.
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