América Latina

Bancada de Roraima pede fechamento de fronteiras com Venezuela e Guiana Francesa

17 mar 2020, 12:35 - atualizado em 17 mar 2020, 12:35
É preciso que que o governo federal tome uma decisão com urgência, para evitar que o vírus se espalhe, alerta senador (Imagem: Reuters/Adriano Machado)

Para conter a disseminação do coronavírus na região Norte, os senadores de Roraima sugerem o fechamento das fronteiras do estado com Venezuela e Guiana. A bancada está preocupada com a possibilidade de alastramento da covid-19 na região que já está sobrecarregada pela entrada de refugiados venezuelanos.

Na segunda-feira (16), o senador Chico Rodrigues (DEM-RR) esteve na Secretaria de Governo da Presidência da República para oficializar o pedido do governador do estado, Antonio Denarium, de limitar ou controlar o fluxo de pessoas.

De acordo com Chico Rodrigues, é preciso que que o governo federal tome uma decisão com urgência, para evitar que o vírus se espalhe, a exemplo do que fez a Venezuela, que fechou sua fronteira com a Colômbia depois dos 24 casos confirmados de coronavírus, e a Guiana, que fechou o comércio em Lethem, fronteira com Roraima, para conter a expansão da covid-19.

Desde a semana passada, o senador Telmário Mota (Pros-RR) sugere que os governos federal e estadual se reúnam com as autoridades venezuelanas e guianenses para ajustar medidas emergenciais e protetivas contra a pandemia, com o fechamento das fronteiras.

Segundo informou pelo Twitter, há um movimento inicial nesse sentido, mas é preciso encontrar uma solução que não estimule o tráfego clandestino de pessoas.

“O Brasil e a Venezuela estão conversando, graças a Deus. Juntos estão analisando qual a melhor solução para evitar a contaminação entre os dois países. O problema é fechar a fronteira e perderem o controle pelas entradas clandestinas, o que seria pior”, opinou, na segunda-feira (16).

Venezuela
Parlamentares estão preocupados a possibilidade de transmissão do Covid-19 pela fronteira com a Venezuela (Imagem: Agência Brasil/EBC/Leandra Felipe)

O senador Mecias de Jesus (Republicanos-RR) divulgou documento da Câmara Técnica de Infectologia do Conselho Regional de Medicina (CRM-RR) que também recomenda o fechamento das fronteiras de Roraima, de forma imediata, até a estabilização da situação epidemiológica.

“Não vai demorar muito para que o limite da responsabilidade por parte dos governos federal e estadual, em tomar medidas concretas para impedir — preventivamente — a propagação de um eventual surto de Coronavírus pelas fronteiras de Roraima, seja ultrapassado”, lamentou no último sábado (14), via Twitter.

Para ele, o fechamento deve ocorrer por razões óbvias e preocupantes, já que tanto Roraima quanto os dois países fronteiriços “não possuem as mínimas condições de lidar com um eventual grande volume de contaminações”.

Amapá

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) também pediu o fechamento das fronteiras de seu estado com a Guiana Francesa. No território ultramarino francês, no início do mês, havia seis casos confirmados. Por enquanto, os amapaenses estão livres da Covid-19, mas há quatro casos em investigação.

“Encaminhei ofício ao ministro das Relações Exteriores e ao ministro da Defesa solicitando o fechamento da fronteira brasileira com a Guiana Francesa, no Oiapoque/Amapá. É momento de manter a calma e tomar medidas efetivas que evitem a propagação do vírus pelo nosso estado!”, disse, via Twitter, na segunda-feira (16).

Preocupação no Amapá em relação com a fronteira da Guiana Francesa (Imagem: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

Randolfe também criticou a postura do presidente Jair Bolsonaro, de participar das manifestações no domingo (15), furando o isolamento recomendado pela equipe médica, já que pelo mais de uma dezena de pessoas da comitiva que o acompanhou aos Estados Unidos há alguns dias testaram positivo para o coronavírus.

“Está na hora de o Congresso Nacional tomar a frente no esforço de combate ao coronavírus, tendo-se em vista a incapacidade de Bolsonaro — e mesmo sua irresponsabilidade — de lidar com a situação. Participar de atos públicos como o de domingo é inaceitável”, disse, via Twitter, na segunda-feira (16).

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