Balanço dos balanços do 1T24: Varejo é destaque e commodities decepcionam, diz BTG Pactual
A temporada de balanços do primeiro trimestre de 2024 ainda não chegou propriamente ao fim. Algumas empresas, como a Americanas (AMER3), Jalles Machado (JALL3) e São Martinho (SMTO3), ainda vão divulgar os números ao mercado. Mas, com a maior parte dos resultados em mãos, o BTG Pactual já fez a sua primeira leitura.
“À primeira vista, os resultados (excluindo Petrobras e Vale) parecem estar em linha, com receitas e lucro líquido próximos às nossas estimativas (0,8% e -0,9%, respectivamente), enquanto o EBITDA ficou um pouco acima do esperado (2,6%)”, avalia o time de analistas comandado por Carlos Sequeira.
No comparativo anual, 12 dos 17 setores reportaram crescimento de receita, liderados, principalmente, pelo varejo.
No geral, os analistas ressaltam que, por mais que a porcentagem de resultados fortes tenha aumentado em relação ao trimestre anterior (39% contra 36% no 4T23), os resultados fracos também avançaram (30% contra 28% no último trimestre).
“Ainda assim, a diferença entre resultados fortes e fracos se ampliou no 1T24 em comparação com o 4T23 (9pp contra 8pp) e também melhorou em relação ao 1T23 (9pp contra 5pp)”, destacam no documento.
Os destaques do 1T24
No varejo, dois nomes se destacaram: Assaí (ASAI3) e Grupo Mateus (GMAT3). Ambas se beneficiaram, segundo o banco, da abertura de lojas e da aceleração da inflação de alimentos no período.
O Assaí chegou a abrir 28 lojas nos últimos 12 meses e registrou um crescimento de vendas de 5,2% no comparativo anual, enquanto o Grupo Mateus abriu 23 lojas no período e reportou um crescimento de 9,6%.
Outro setor que se saiu bem na temporada foi o de aluguel de carros e logística, puxado, principalmente, pela receita de Localiza (RENT3) e Simpar (SIMH3).
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“A expansão da receita da Localiza foi impulsionada pelo aumento dos volumes, tarifas mais altas e um aumento no número de veículos vendidos. Enquanto isso, o forte crescimento da receita da Simpar refletiu desempenhos mais robustos de todas as suas subsidiárias e as aquisições no período”, explicam os analistas.
Na outra ponta, entretanto, as empresas de commodities apresentaram resultados mais fracos, com destaque para o setor de metais e mineração. O crescimento de receita do segmento caiu R$ 6,4 bilhões.