Balanço da Yduqs é trailer do que espera setor de ensino em 2020, diz BTG Pactual
Para o BTG Pactual (BPAC11), o mais importante do balanço divulgado pela Yduqs (YDUQ3) são as pistas do impacto que o coronavírus terá sobre os grupos de ensino ao longo do ano.
No geral, os números publicados pela companhia estão dentro do esperado pelo banco, que manteve a recomendação neutra e o preço-alvo de R$ 32 para os papéis.
O aumento das provisões para devedores duvidoso, que encerrou março em R$ 72 milhões, elevou a cifra para 7,8% das vendas.
O problema se torna ainda maior, quando se lembra que a receita líquida caiu 1% no trimestre, para R$ 923 milhões, a despeito da oferta de cursos caros, como o de medicina, que viu o faturamento crescer 30% em relação ao primeiro trimestre de 2019.
Queda de renda
Mas, no geral, o tíquete médio por aluno caiu 7% para os cursos presenciais, e 8% para os cursos a distância. Um efeito do faturamento apertado é a queda de 12% do ebitda, que somou R$ 338 milhões.
Com o prolongamento da quarentena e a decorrente crise econômica, Samuel Alves e Yan Cesquim, que assinam o relatório do BTG Pactual, afirmam que tempos difíceis esperam pelo setor de ensino.
A crise deverá aumentar o nível de desemprego, bem como pressionar a renda da população. Além disso, o FIES, programa que financiava alunos universitários, vive seus últimos momentos, o que dificultará o acesso em massa de novos estudantes.
“Esse cenário pode ser realmente difícil para os grupos educacionais, com potencial de prejudicar o tíquete médio [por aluno], novas matrículas, níveis de evasão e a necessidade de capital de giro”, afirmam os analistas.
A dupla decidiu manter a recomendação neutra para a Yduqs, por considerar que o papel é negociado em condições melhores que as de seus rivais.