Ibovespa Balanço da Marfrig não decepciona analistas, mesmo com ritmo de crescimento menor
Os resultados da Marfrig (MRFG3) conseguiram agradar boa parte dos analistas. A XP Investimentos destacou o sucesso da companhia em entregar um bom desempenho mesmo após um “segundo trimestre estelar”.
“Embora abaixo do segundo trimestre, os resultados do terceiro trimestre foram fortes”, comentou Larissa Pérez, analista de Agro e Alimentos & Bebidas da corretora.
De julho a setembro de 2020, a Marfrig registrou lucro líquido de R$ 674 milhões, montante quase sete vezes maior do que os R$ 100 milhões apresentados no mesmo intervalo de 2019.
O Ebitda (lucro antes de impostos, depreciação e amortização) ajustado totalizou R$ 2,2 bilhões, o que corresponde a um crescimento de 47% na base anual.
As operações na América do Norte, que representam a maior parte da receita líquida e do Ebitda consolidado, mostrou recuperação nos volumes, com o preço da carne bovina voltando a níveis normalizados. A divisão da América do Sul, apoiada pelo aumento de exportações e de maiores receitas em dólares, teve aumento de 26,3% na receita líquida, para R$ 4,8 bilhões.
Com o impulso do volume exportado na América do Sul, a XP disse que ainda enxerga oportunidades de alta no setor de carne bovina para a Marfrig. Levando isso em consideração, a corretora manteve a recomendação de compra para o papel, com preço-alvo ao fim de 2021 de R$ 18.
Próximos trimestres
O BB Investimentos também reforçou a compra da ação, com preço-alvo para 2021 de R$ 19. Luciana Carvalho afirmou, em relatório, que a Marfrig ainda deve se beneficiar da demanda favorável e da disponibilidade de gado nos Estados Unidos durante os próximos trimestres.
A companhia também foi a única dentre as empresas de proteína animal a registrar performance positiva na Bolsa em 2020, com valorização de 50%.
“A empresa vem entregando resultados fortes com ganhos de eficiência de forma sequencial, que ajudaram a impulsionar o papel”, acrescentou Carvalho.
O BB Investimentos acredita que a Marfrig dará continuidade à boa leva de resultados no curto prazo, ainda que em menor escala. Já o BTG Pactual (BPAC11) foi mais cauteloso e ficou na recomendação neutra, com preço-alvo para os próximos 12 meses de R$ 13.
A maior dúvida do banco diz respeito aos ganhos expressivos que a empresa vem apresentando nos últimos trimestres. Os analistas acreditam que o ritmo acelerado de desalavancagem pode não ser sustentável.
“Permanecemos com recomendação neutra por vermos que o momentum de ganhos vai gradualmente desaparecer”, explicaram Thiago Duarte e Henrique Brustolin, autores do relatório divulgado pelo BTG.
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