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Balanço da Cielo surpreende, e analistas revisam para cima estimativas sobre 2021

27 jan 2021, 15:04 - atualizado em 27 jan 2021, 15:04
Cielo
O BTG Pactual acredita que o balanço do quarto trimestre adiciona um risco de alta para as estimativas sobre a Cielo em 2021 (Imagem: Facebook/Cielo)

O balanço da Cielo (CIEL3) superou as estimativas dos analistas. Ágora Investimentos, XP Investimentos, BTG Pactual (BPAC11) e Safra concordaram que a companhia encerrou bem 2020, com lucro 34,7% maior no quarto trimestre ante o mesmo período de 2019.

Para enfrentar a crise, a companhia focou no seu segmento mais lucrativo, de pequenos lojistas, e aplicou uma política de redução de custos.

Isso levou a uma expansão de 16% no Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), que fechou o trimestre em R$ 768,2 milhões.

“Nós acreditamos que os resultados foram uma boa surpresa”, comentaram Luis Azevedo e Silvio Dória, analistas do Safra, em relatório divulgado nesta quarta-feira. “No geral, Cielo reportou melhorias em todas as unidades de negócios em comparação aos trimestres anteriores (mas destacamos que a sazonalidade é um fator importante no quarto trimestre)”.

Mesmo com o avanço do lucro, a receita líquida sofreu, pelos impactos da crise, redução de 1,5% na comparação anual. O volume de pagamentos processados no trimestre, também pressionado pela pandemia do coronavírus, superou em apenas 0,3% os últimos três meses de 2019, fechando em R$ 190,6 bilhões.

Revisão das estimativas

A Ágora atualizou as projeções para a Cielo em 2021 depois que a companhia reportou resultados melhores do que o esperado. As estimativas de lucro líquido da corretora subiram 1% para o ano, a R$ 881 milhões, enquanto os valores para 2022 foram mantidos.

O BTG acredita que o balanço adiciona um risco de alta para as suas estimativas.

“Projetamos lucro líquido de R$ 789 milhões em 2021 (um pouco acima do consenso). Mas após os R$ 300 milhões no quarto trimestre de 2020, o lucro poderia ser revisado para cima para R$ 0,8-1 bilhão, levando a um P/L (preço sobre lucro) de 10-12,5 vezes”, avaliou a equipe de análise do banco.

O BTG decidiu manter a recomendação neutra para a ação da Cielo, com preço-alvo de R$ 5, em razão da atual estrutura acionária.

“Poderíamos ver mais valor se a mudança na estrutura corporativa funcionasse habilmente. Mas quanto mais tempo isso leva, potencialmente menos valor oculto também haverá”, disseram os analistas.

O Safra e a XP também estão com recomendação neutra e preço-alvo de R$ 5 para o papel. Esse mesmo valor foi mantido pela Ágora.