Baixa concorrência e expansão de lojas agressiva: Quero-Quero é um caso único de crescimento, diz Ágora
A Ágora Investimentos iniciou a cobertura da ação da Lojas Quero-Quero (LJQQ3) com recomendação de compra e preço-alvo de R$ 19, o que corresponde a um potencial de valorização de 26,6% em relação ao valor de fechamento desta terça-feira (22).
A perspectiva positiva dos analistas parte do modelo único da empresa. Como a varejista de artigos de decoração atua principalmente em cidades do interior com média populacional de 40 mil pessoas, ela está situada dentro de um mercado de baixa concorrência e tem alto potencial de expandir suas operações.
“A competição é limitada principalmente para players pequenos e independentes, e o potencial de expansão é tão significativo como o número de pequenas cidades nas geografias da empresa”, comentaram Richard Cathcart e Flavia Meireles, autores do relatório divulgado pela Ágora.
As operações da Quero-Quero estão majoritariamente concentradas no Rio Grande do Sul, que corresponde a 75% das unidades. A companhia ainda atua em Santa Catarina e Paraná, com 15% e 10% das lojas localizadas nos estados, respectivamente.
Para os analistas, a Quero-Quero pode aumentar o número de unidades em Santa Catarina, atualmente de 47, para além de 150. No Paraná, Cathcart e Meireles adotaram uma meta ainda mais ambiciosa: um salto de 32 para mais de 250 lojas.
A varejista também tem grandes oportunidades de estender sua atuação para Mato Grosso do Sul e São Paulo no próximo ano.
“São Paulo, o próximo estado, seria uma virada de jogo para Quero-Quero, uma vez que tem quase 500 cidades que se enquadram em sua faixa de população”, afirmaram Cathcart e Meireles.
Importância do crédito
Cerca de 60% das vendas realizadas nas lojas da Quero-Quero são transacionadas com o próprio cartão/crédito da empresa, sendo 30% em dinheiro e 10% em cartões de crédito de terceiros.
“Para a Quero-Quero, é uma ferramenta importante para competir contra menores, informais e/ou concorrentes mais estabelecidos em uma determinada cidade”, apontaram os analistas.
A Ágora destacou que o percentual é superior que dos pares na categoria de vestuário (40-45%) e eletrônicos (20-25%). As perdas correspondem a uma média de 15% do portfólio, acima da Lojas Renner (LREN3), de 12%, e abaixo da Guararapes (GUAR3), de 20%.