Agricultura

Bahia quer mais ajuda da ONU a produtores vulneráveis, agora de sisal, seringa, quinoa e florestal

23 abr 2020, 15:04 - atualizado em 23 abr 2020, 15:50
Sisal do Sul da Bahia é candidato a receber recursos da ONU para produção sustentável (Pixabay)

A Bahia pretende ter melhores condições para mais pequenos agricultores de desenvolverem cultivos em áreas vulneráveis – basicamente produtores familiares também vulneráveis –  a exemplo do que já acontece com plantadores de limão, cogumelo e umbu sob o amparo da Organização das Nações Unidas (ONU).

Os recursos buscados agora do organismo multilateral visam a produção comercial – e de estímulo à renda e melhores condições sociais – aos produtores de sisal, seringa, quinoa e outro florestal, a partir de edital apresentado (encerrado em 15 de abril) ao Fundo Comum de Commodities (CFC), da ONU.

As linhas e diretrizes para o edital, que será julgado na primeira semana de julho próximo, foram orientadas pelo presidente do Sindicato da Indústria de Fibras Vegetais da Bahia (Sindifibras), Wilson Andrade. Ele é também presidente do Conselho Consultivo do CFC.

De acordo com o economista Andrade, ex-industrial e hoje trader, são três modalidades principias de apoio: empréstimo de US$ 309 mil até US$ 2 milhões, com prazo até 5 anos e carência de até 2 anos; participação acionária de US$ 300 mil a US$ 2 milhões; e apoio para novos projetos de até US$ 120 mil que podem ser por empréstimo normal ou mesmo recursos não reembolsável.

Os projetos que vão entrar na disputa com outros originados do mundo todo são de plantações de seringais no Sul baiano, o de sisal – basicamente para produção de bioenergia – em Valente. E outros dois no Oeste do estado, o da quinoa e o florestal.

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Internacionalização

Os que já estão em operações foram aprovados pela CFC/ONU nos últimos 12 meses. Limão, em Ipojuca, e de cogumelos, em Vitória de Conquista, cada um contemplado com US$ 1,5 milhão. O projeto para produção da fruta umbu, da Cooperativa de Uauá, é de US$ 150 mil.

Para o dirigente do Sindifibras e membro do CFC, “Brasil precisa se internacionalizar mais e este esforço tem que ser conjunto entre o governo e a iniciativa privada. E não apenas pela possibilidade de financiamento do Fundo, mas pelas oportunidades com outras fontes da ONU e de países-membros. Podemos levar a possíveis interessados as demandas do nosso agronegócio – o setor que mais ajuda o Brasil a crescer”.

Para tanto, e seguindo o exemplo baiano, Wilson Andrade defende que os interessados conheçam as possibilidades oferecidas nos dois editais anuais (o próximo também será aberto na primeira semana de julho). Podem participar empresas de todos os portes, agências de desenvolvimento, fundos de financiamento agropecuário, cooperativas, associações de produtores, consórcios empresariais, instituições de desenvolvimento econômico e startups.

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