B3 suspende Americanas (AMER3); como ficam as ações da varejista?
A B3 anunciou a suspensão da Americanas (AMER3) do Novo Mercado por tempo indeterminado após descumprimento do contrato privado que a bolsa possui com as empresas de capital aberto. Esta é a primeira vez que uma companhia é suspensa.
O processo, conduzido pela Diretoria de Emissores da B3, ainda aplicará multas para os integrantes da diretoria, do conselho de administração e do comitê de auditoria.
Os cinco executivos envolvidos deverão pagar R$ 395 mil, teto da sanção prevista no regulamento do segmento de listagem, enquanto s outros 17 administradores, R$ 263,3 mil cada um.
Após avaliação e apuração das provas, a bolsa identificou violação de quatro pontos do contrato, são eles:
- Existência e acompanhamento de área de auditoria interna que atuasse de forma efetiva
- Existência e acompanhamento de controles internos efetivos
- Efetiva observância da política de gerenciamento de riscos
- Avaliação efetiva e diligente das informações trimestrais e demonstrações intermediárias e financeiras da companhia.
Os penalizados terão até 15 dias corridos para recorrer da decisão. Segundo a B3, a manifestação da companhia e dos gestores só tem efeito individual, sem afetar o processo como um todo. Caso a Americanas ou os administradores recorram, as punições são paralisadas até que a B3 aprecie cada recurso – que não há prazo determinado para a decisão final.
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Como ficam as ações da Americanas (AMER3)?
No entanto, mesmo com a suspensão, as ações da companhia continuam listadas e podendo ser negociadas. Isso porque o processo impossibilita, até então, a utilização do selo identificativo do Novo Mercado. A B3 já tinha retirado as ações da Americanas e seus índices, como o Ibovespa B3 e o ISE B3.
Atualmente, os papéis da varejista estão a R$ 0,82 com depreciação de 2.38% em 24 horas.
Para que a companhia volte a ter o selo do Novo Mercado, será necessário a divulgação das demonstrações financeiras acompanhadas de avaliação do auditor independente sem ressalvas.
Também é preciso de um relatório de recomendações dos auditores para o aprimoramento dos controles internos informando que não há deficiências significativas, todas as divulgações financeiras intermediárias pendentes e o parecer do comitê independente que analisa o caso.
Empresa em recuperação judicial
Enquanto foca esforços em voltar a ter um negócio sustentável, a Americanas disse recentemente estimar que a assembleia de credores para votação de seu plano de recuperação judicial ocorra ainda em 2023.
A varejista afirmou que a proposta mais recente apresentada aos credores financeiros, divulgada no início deste mês, “possibilitou uma significativa evolução das negociações”.