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Ação da B3 cai quase 5% após nova regra abrir espaço para concorrência

23 dez 2019, 18:40 - atualizado em 23 dez 2019, 19:23
B3 Mercados
De acordo com a B3, entre outras cláusulas, o contrato estabelece Taxa de Transferência de Ativos (TTA) base a ser aplicada pela B3 sobre as transações que processar (Imagem: B3/Youtube)

As ações da B3 (B3SA3) recuaram fortemente nesta segunda-feira, após a conclusão de negociação de preço e demais condições para a prestação de serviços de transferência de valores mobiliários (serviços de CSD) com a Americas Trading Group (ATG) para acesso a sua central depositária.

“Como resultado desse processo, foi firmado contrato que estabelece as condições para a prestação de Serviços de CSD para o mercado de renda variável por parte da B3”, disse em comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

De acordo com a B3, entre outras cláusulas, o contrato estabelece Taxa de Transferência de Ativos (TTA) base a ser aplicada pela B3 sobre as transações que processar de 0,26 pontos básicos, sobre o que serão aplicados descontos de acordo com o crescimento dos volumes totais do mercado.

A questão foi solucionada por meio de procedimento de mediação, disse a B3.

Com isso, as ações da B3 caíram 4,54%, a 46,40 reais, maior declínio do Ibovespa, que oscilava ao redor da estabilidade. Vale citar que, no ano, os papéis da B3 acumulam valorização de cerca de 78%.

Na visão do analista Luiz Azevedo, do Banco Safra, este era o último passo para possibilitar a entrada de um concorrente no mercado de renda variável, no caso, para o segmento Bovespa. A B3 até hoje domina sozinha esse mercado no Brasil.

Fundada em 2010 por ex-executivos da corretora Ágora, a ATG vende serviços de negociação eletrônica na bolsa  (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

Para Azevedo, a entrada da ATG no mercado agora “dependerá da sua própria capacidade de se conectar à B3 e conseguir massa crítica de corretoras para operar em sua plataforma”.

Analistas do Credit Suisse liderados por Marcelo Telles disseram que, embora o reequilíbrio fosse amplamente esperado, uma vez que o processo de arbitragem foi um ponto importante de discussão do caso de investimento da B3, a tarifa de 0,26 bps de volumes é cerca de 40% menor que a proposta inicial da B3.

“Observamos, no entanto, que a nova tabela de preços – referente à negociação e outras taxas pós-negociação – deve ser anunciada em breve, pois a arbitragem foi o último gargalo para que isso acontecesse.”

“Nesse momento, é cedo para avaliar o impacto nas receitas, pois depende da nova tabela de preços a ser anunciada. Porém, como sensibilidade, no pior cenário, em que a empresa absorve totalmente as taxas mais baixas de depositário e não aumenta outras taxas de negociação/pós-negociação para compensar o impacto, ela representa impacto negativo de aproximadamente 1,4% em nossas (estimativas de) receitas para 2020 (2,5% do EBT).”

Fundada em 2010 por ex-executivos da corretora Ágora, a ATG vende serviços de negociação eletrônica na bolsa a corretoras de ações e gestores de recursos, mas ficou mais conhecida dois anos depois quando anunciou planos de criar uma plataforma eletrônica para concorrer com a B3, então BM&FBovespa.

No final de 2017, a ATG conectou-se ao serviço de depositária da B3 e estava ajustando seu sistema de liquidação em preparação para competir no mercado à vista de ações no Brasil enquanto aguardava o resultado da arbitragem.

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reuters@moneytimes.com.br
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