B3 quer atuar em seguros, crédito imobiliário e energia
A bolsa B3 (B3SA3) espera um crescimento forte dos mercados de capitais no Brasil com a queda dos juros, que devem recuar para 5% ou menos e ficar nesse nível por dois ou três anos, mas quer atuar também em outros segmentos como crédito imobiliário, seguros e mercado livre de energia, afirmou hoje o presidente da companhia, Gilson Finkelsztain.
Em evento da corretora Guide Investimentos, ele disse que a bolsa não tem interesse em comprar outras bolsas no exterior. Segundo ele, a B3 tem participação em bolsas da América Latina, mas não quer ser dona e consolidar esses mercados. Os reguladores não gostam que essa atitude seja exercida por estrangeiros e os volumes são pequenos.
Ele negou interesse em participar da disputa pela bolsa de Londres, que recusou uma oferta da Bolsa de Hong Kong. “Nosso foco é Brasil”, destacou.
Finkelsztain disse que a bolsa negocia com a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) autorização para que não apenas investidores qualificados, com mais de R$ 1 milhão em investimentos, possam comprar papéis de empresas estrangeiras, os chamados BDRs, na bolsa brasileira.
Ele espera que essa mudança saia até o fim deste ano. Outra mudança em discussão que também pode sair este ano é a permissão que empresas brasileiras que abriram capital no exterior também possam negociar suas ações no Brasil, o que é proibido pela CVM para evitar casos do passado quando a empresa abria capital fora, em paraísos fiscais, para escapar da regulação brasileira.
O executivo acredita que a bolsa pode bater este ano o recorde de aberturas de capital de 2007, não em número de operações, mas em volume financeiro. Ele estima que hoje existam 20 a 30 empresas preparando ofertas de ações para os próximos 18 nesses.