B3 firma acordo com bolsas da China para investimentos em ETFs

A B3, a bolsa de valores do Brasil, anunciou na quinta-feira (27) a assinatura de Memorandos de Entendimento (MoUs) com as bolsas de Xangai (SSE) e de Shenzhen (SZSE), na China. A iniciativa visa ampliar as opções de exposição internacional para investidores brasileiros e chineses, permitindo a conectividade de ETFs entre os dois países.
O programa ETF Connect China-Brasil possibilitará que ETFs dos índices chineses sejam listados na B3. Ao mesmo tempo, os ETFs que seguem o Ibovespa B3 poderão ser negociados na China.
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De acordo com a B3, o movimento busca aumentar as oportunidades de investimento através da listagem recíproca de ETFs. Além disso, o programa também ajuda a fortalecer um relacionamento de longo prazo entre as bolsas.
“A assinatura dos Memorandos de Entendimento da B3 com a SSE e a SZSE reforça a colaboração entre os mercados de capitais e as opções de diversificação para os investidores nos respectivos países”, afirmou.
A viabilização da parceria contou com o memorando assinado em 2024 entre a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e a Comissão Reguladora de Valores Mobiliários da China (CSRC). A decisão de ambos governos de priorizar a cooperação em finanças, conforme a Declaração Conjunta emitida pelos presidentes, também impulsionou a iniciativa.
Atuação de gestoras no acordo da B3
Gestoras de ativos do Brasil e China atuarão em conjunto para a futura listagem dos novos ETFs. No momento, o Bradesco e o Itaú estão em negociação com contrapartes na China para viabilizar sua participação no ETF Connect.
“Estamos em um estágio avançado no lançamento de nosso produto, e este acordo chega em um momento muito oportuno para viabilizar o projeto”, afirmou Ricardo Eleuterio, diretor da Bradesco Asset Management.
“A sinergia entre Brasil e China, reforçada pelo programa ETF Connect, não só atende às demandas atuais de diversificação dos investidores, mas também cria oportunidades de longo prazo”, continua.
Carlos Augusto Salamonde, head de Global Investment Management do Itaú Unibanco, também expressou entusiasmo: “É uma honra participar desta iniciativa para ampliar as opções de exposição internacional, conectando investidores de dois países que ocupam papéis relevantes no cenário global e com mercados de capitais com características complementares”.
A China já possui experiência com este tipo de iniciativa, tendo lançado 18 ETFs em parcerias semelhantes com outros mercados asiáticos, como Japão, Singapura e Hong Kong. O Brasil se destaca como o primeiro país fora do continente asiático a viabilizar o mecanismo ETF Connect.
De acordo com Gilson Finkelsztain, CEO da B3, os acordos ajudam a fortalecer as relações econômicas entre Brasil e China. “[O acordo] reforça a atuação da bolsa do Brasil como uma ponte entre a América Latina e o continente asiático, ao oferecer alternativas de diversificação internacional para investidores institucionais e pessoas físicas”.