Bolsa de Valores

B3 está com ‘descontão’ de quase 40% em relação a outras bolsas — é hora de comprar B3SA3?

22 set 2024, 15:05 - atualizado em 22 set 2024, 15:05

Não é de hoje que a bolsa brasileira está ‘barata’. O cenário fiscal, a inflação e a taxa de juros ainda elevadas são alguns dos fatores que impedem a bolsa ‘andar’ — e, consequentemente, as ações da B3 (B3SA3).

Nas contas da Genial Investimentos, os papéis B3SA3 negociam a um múltiplo “atraente” de 12,8 vezes o lucro projetado (P/L) para 2024 e de 12,1 vezes o P/L para 2025. 

O múltiplo implica em um desconto de 39,5% em relação a outras bolsas internacionais, que negociam em média a 20 vezes P/L para 2025. 

Apesar do ‘desconto’ atraente, os analistas da Genial afirmam que a situação da bolsa brasileira não deve melhorar no curto prazo. 

“Apesar da gradual e promissora diversificação de receitas com alguns produtos de destaque, não identificamos uma solução única e definitiva (“bala de prata”) que possa impulsionar substancialmente as receitas da B3”, diz o relatório. 

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É hora de comprar B3? 

A considerar o valuation da dona da bolsa de valores, a B3, os analistas da Genial reiteram a recomendação de compra para as ações B3SA3. 

A corretora atualizou o preço-alvo para R$ 15,80 para o final de 2025 — o que representa um potencial de valorização de 36,2% em relação ao preço de fechamento da última sexta-feira (20). 



A corretora afirma que os cortes nas taxas de juros nos Estados Unidos devem contribuir, ainda que de forma marginal, para um aumento na alocação de ativos de risco no Brasil. 

A diversificação da B3, com um crescimento mais significativo nos segmentos de derivativos, dados e renda fixa, também deve continuar impulsionando os resultados. 

“A tendência para o 2º semestre de 2024 parece ser semelhante ao 2º trimestre, com o crescimento de derivativos, renda fixa, dados e infraestrutura compensando o fraco desempenho da renda variável”, diz o relatório.

“Pela primeira vez, o mercado de capitais local de renda fixa superou o crédito e os bonds internacionais como a principal fonte de financiamento das empresas.” 

Os analistas da Genial também afirmam que uma possível resolução antecipada do processo Marka e Fontecindam, no valor de R$ 43 bilhões, e uma decisão favorável do CARF de R$ 5,6 bilhões, referente ao ágio da fusão entre a BM&F e a Bovespa, podem funcionar como catalisadores positivos para as ações da B3.

A corretora, por sua vez, não desconsidera que a elevação das taxas de juros deve impulsionar a atratividade de produtos de renda fixa, “tornando o mercado de ações mais desafiador”. 

Jornalista formada pela PUC-SP. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
liliane.santos@moneytimes.com.br
Jornalista formada pela PUC-SP. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.