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B3: Credit Suisse corta preço-alvo em 37%, mas vê ação perto dos níveis de 2016; vale a pena?

11 out 2021, 13:37 - atualizado em 11 out 2021, 22:00
B3SA3
Segundo o banco, a redução reflete a taxa de riscos mais elevada do Brasil (alta de 130 pontos-base) e a queda das expectativas de lucros (Imagem: B3/Linkedim)

O Credit Suisse derrubou o preço-alvo da B3 (B3SA3) em 37%, de R$ 22 para R$ 16 até 2022, potencial de alta de 28%, mostra relatório enviado a clientes e obtido pelo Money Times

Segundo o banco, a redução reflete a taxa de risco mais elevada do Brasil (alta de 130 pontos-base) e a queda das expectativas de lucros, principalmente na renda variável.

O Credit diminuiu ainda a projeção de ADTV (Volume Médio de Negociações Diárias, em português) da B3 para 2022 de R$ 41,3 bilhões para R$ 34,6 bilhões. 

No caso do lucro líquido, os analistas Marcelo Telles e Daniel Vaz cortaram as expectativas para o ano que vem em 10%, para R$ 5,45 bilhões, em linha com o consenso.

Ação barata?

Apesar de uma perspectiva macro e política mais incerta, o Credit Suisse manteve a recomendação outperform, o que equivale a desempenho acima da média do mercado, para a dona da Bolsa brasileira. 

Os analistas argumentam que os papéis da B3 negociam a um preço sobre o lucro (P/L) de 13,9x, abaixo de sua média de 10 anos de 18x P/L para 2022. “O desconto para pares globais aumentou ainda mais, com o P/L relativo agora em 0,44, contra 0,81 historicamente”, argumentam.

Além disso, eles calculam em 9x o preço sobre lucro da B3 em 2021, perto do nível de 2016 em 8,5x.

“Acreditamos que o maior risco de curto a médio prazo para a B3 é uma queda adicional no índice Ibovespa sobre o aumento da incerteza política e macro, afetando os volumes de ações à vista”, aponta.

A ação barata também foi destacada pelo BB Investimentos em relatório de início de cobertura.

“Entendemos que a B3 apresenta um caso interessante de crescimento potencial, sem sofrer concorrência ampla no curto prazo, com pagamento de proventos significativo”, comentou o analista Henrique Tomaz.

A B3 é conhecida por ser uma boa pagadora de dividendos. Nos últimos dois anos, a distribuição de proventos aos acionistas superou o lucro líquido contábil, indicando um dividend payout de aproximadamente 130%.

Dados de setembro

Na última sexta-feira, a B3 divulgou seus números de setembro, com um ADTV de ações à vista de R$ 34,7 bilhões.

O número de investidores de varejo aumentou para 3,34 milhões, alta de 47 mil no comparativo mensal.

Segundo a Ágora Investimentos, em rápido comentário enviado a clientes, os dados operacionais do terceiro trimestre foram bastante fortes e apontam para um sólido trimestre à frente.

“No entanto, os números foram impulsionados em grande medida pela maior volatilidade do mercado, que pode ser negativa no médio e longo prazo se observarmos um declínio prolongado na capitalização média de mercado”, completa.