Comprar ou vender?

B3 (B3SA3): Retomada da ação depende de um fator, segundo Goldman Sachs; por que ainda não vale compra?

21 nov 2023, 20:27 - atualizado em 21 nov 2023, 20:27
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B3: Goldman Sachs tem recomendação neutra para ações (Imagem: Money Times/Diana Cheng)

O Goldman Sachs cortou o preço-alvo em 12 meses da ação da B3 (B3SA3) a R$ 14,50 e reforçou a recomendação neutra após conversa com a alta administração da companhia.

De acordo com o banco, mesmo com o caráter defensivo do papel diante da geração de caixa saudável, a performance da B3 na Bolsa dependerá de uma retomada mais forte nos volumes.

Aos analistas, o CFO André Milanez e o diretor de relações com investidores Leandro Rissato levantaram a possibilidade de os volumes não se recuperarem significativamente até os juros caírem para o patamar abaixo de 10%.

A administração lembra que, na última vez em que as taxas de juros atingiram 9%, os volumes começaram a acelerar.

Por outro lado, a velocidade tem se mantido acima dos níveis históricos, dados os novos fornecedores de liquidez no mercado.

“O CFO acredita que a velocidade relativamente alta vs. desafios globais também é explicada pelo mercado menor, com apenas cerca de 400 companhias listadas”, diz o Goldman Sachs.

Com o tempo, a velocidade pode cair, mas o efeito seria mitigado por um valor de mercado maior das empresas listadas, acrescenta.

O Goldman Sachs revisou as estimativas da tese e espera ver agora um volume médio diário de negociações (ADTV) de ações de R$ 25,4 bilhões em 2023, queda de 14%, antes de começar uma trajetória de recuperação modesta de 9% em 2024 e 9% em 2025.

Focos em extrair sinergias das aquisições

A administração da B3 está focada nas potenciais sinergias que deve extrair com suas aquisições mais recentes (Neoway e Neurotech). A meta da companhia é dobrar as receitas com serviços de dados, passando dos atuais R$ 500 milhões para R$ 1 bilhão dentro de cinco anos.

Segundo o Goldman Sachs, o CFO disse que muitos clientes não estão usando esses produtos hoje em dia, mas a empresa está discutindo expandir os negócios para ter menos exposição a receitas mais cíclicas vindas de negociações.

“É uma forma de proteção contra a competição ao assegurar que possui os produtos que os clientes querem e precisam para deixar de competir em preço”, dizem analistas do Goldman Sachs.

A administração também comentou sua intenção de devolver capital aos acionistas em forma de dividendos e programas de recompra de ações. Neste ano, a B3 está distribuindo cerca de R$ 5,5 bilhões, focando mais em recompra de ações do que em dividendos (60% em recompras e os 40% restantes em juros sobre o capital próprio e dividendos).

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