B3 (B3SA3) está ‘gritando’ qualidade e pode disparar cerca de 70% em 2025, vê Itaú BBA
A B3 (B3SA3) sofreu em mais um ano ruim para o mercado acionário brasileiro. A ação acumula queda de 27% no ano e negocia próximo das mínimas dos cinco anos.
Porém, justamente por isso, analistas do Itaú BBA continuam otimistas com o papel. Segundo o analista Pedro Leduc, com um preço sobre lucro (P/L) de 10 vezes, a companhia negocia com um desconto de 50% em relação a outras bolsas.
“Eventualmente, o “valor” voltará a entrar em jogo, e a B3 estará gritando qualidade e valor com um modelo de negócios simples”, discorre.
Além disso, sua falta de alavancagem, desconto de avaliação recorde e lucros resilientes tornam o carry mais confortável.
O preço-alvo é de R$ 14, potencial de alta de 70% em relação à data da publicação do relatório, em 18 de dezembro.
Mensagens da administração
Na semana passada, a companhia realizou o seu Investor Day e detalhou seus esforços para fortalecer seu negócio principal, diversificar fluxos de receita, capitalizar em áreas-chave de crescimento como renda fixa e crédito, aprofundar seus recursos de dados e análises e manter uma disciplina de custos rigorosa.
E isso já se faz presente na companhia. A composição da receita da B3 em ações, por exemplo, passou de 27% em 2019 para os atuais 19%. Enquanto isso, receita com dados e tecnologia ampliaram sua fatia.
“Desde 2019, a empresa mantém uma agenda contínua de desenvolvimento de produtos. Da receita de R$ 10,4 bilhões, cerca de R$ 2,1 bilhões vieram de novas iniciativas no negócio principal”, coloca.
Já a renda fixa também cresceu nos últimos anos, com o saldo devedor de instrumentos de dívida corporativa (debêntures, CRI, CRA) disparando de R$ 532 milhões em 2019 para R$ 1,384 bilhão.
A liquidez do mercado secundário também melhorou, com o ADTV de debêntures subindo de R$ 600 milhões em 2019 para R$ 2,9 bilhões.
“Como parte de seu plano, a B3 também está desenvolvendo novos índices de renda fixa e contratos futuros para capturar a digitalização e expansão contínuas do mercado de crédito brasileiro”.
Em relatório, o Safra também afirmou que a renda fixa é a maior avenida de crescimento para a B3.
“Para nós, ficou claro que a B3 tem maior capacidade de navegar em um cenário de juros altos em comparação ao passado, dada a maior contribuição das receitas dos segmentos de renda fixa, OTC e tecnologia”.
Apesar disso, o banco cortou o preço-alvo de R$ 14 para R$ 12, mas reiterou a recomendação de compra.
“Além da avaliação descontada, vemos a capacidade de distribuição de acionistas da B3 como um fator cada vez mais atraente durante um ciclo de aumento de taxas, à medida que os investidores mudam seu foco em nomes de dividendos como uma alternativa mais segura para capturar o retorno dos acionistas”