B3 (B3SA3) dispara 8% após vitória bilionária na Carf; BTG eleva ação para compra

As ações da B3 (B3SA3) estão entre as maiores altas do Ibovespa (IBOV) nesta quinta-feira (13), após a Carf (Câmara Superior do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais) encerrar uma disputa de R$ 5,77 bilhões com a Receita Federal, com ganho de causa para a operadora da bolsa brasileira.
Às 12h47 (horário de Brasília), as ações da companhia subiam 8,57%, a R$ 11,40. Acompanhe o tempo real.
A novela envolvendo o Carf se arrasta desde 2019, quando o órgão acatou recurso da Procuradoria Geral da Fazenda.
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A Receita Federal questiona a amortização no exercício de 2017, para fins fiscais, do ágio gerado em maio de 2008 por ocasião da incorporação de ações da Bovespa Holding S.A. pela companhia.
No ano passado, o órgão já havia negado pedido de recurso voluntário no âmbito do auto de infração da Receita Federal, que questiona a amortização, nos exercícios de 2014, 2015 e 2016.
Para analistas do Goldman Sachs, a decisão favorável não impactará as demonstrações financeiras da empresa, uma vez que não foram provisionadas. O banco gringo já esperava uma reação positiva do mercado, considerando que o caso representava um excesso significativo na precificação das ações.
O Goldman Sachs mantém a recomendação de compra para B3, com preço-alvo de R$ 12.
BTG Pactual eleva B3 para compra
O BTG Pactual elevou a sua recomendação para B3 para compra, com um preço-alvo de R$ 13,50. A razão, segundo os analistas, está na diversificação e resiliência do modelo de negócios da B3.
Além disso, como as ações brasileiras perderam relevância nos resultados da empresa nos últimos anos, a estabilidade da ação e a decisão favorável no CARF também foram fatores considerados.
Eduardo Rosman e sua equipe, que assinam o relatório do banco, apontam que, entre todos os casos envolvendo a B3, esse foi o de maior impacto em análise. Com essa decisão, o risco e o valor em disputa com relação às contingências fiscais do ágio caíram significativamente, dizem os analistas.
O BTG recorda que a B3 iniciou o ano de 2024 com cerca de R$ 14 bilhões em potenciais demandas relacionadas a esse assunto e, em março de 2025, reduziu esse valor para R$ 5,3 bilhões, sendo R$ 2,2 bilhões de multas, desconsideradas em caso de perda por empate, o que significa que o valor líquido em risco é de “apenas” R$ 3 bilhões – uma redução de 78% em relação ao início de 2024.
“Para nós, isso representa um grande evento/gatilho de redução de risco, especialmente para os investidores estrangeiros que acompanham a B3 de perto e têm perguntado constantemente sobre essa questão ao longo dos anos sem uma resposta clara”, ponderam.
Apesar da melhoria da qualidade dos resultados, os analistas observam que B3SA3 continua sendo negociada a múltiplos historicamente baixos, ao mesmo tempo em que oferece um yield de retorno de capital esperado (dividendos + recompras) de cerca de 10%, o que a torna uma ação um tanto defensiva entre os nomes de beta (risco) mais alto.
“Apesar do crescente ruído sobre a concorrência nos últimos meses, a administração da B3 tem enviado uma mensagem construtiva para 2025. Não sabemos quando a expansão de múltiplos ocorrerá ou quando os volumes surpreenderão, mas a assimetria nos parece inclinada para o lado positivo. Portanto, acreditamos que finalmente chegou a hora de levar as coisas para o próximo nível”, dizem os analistas.
*Com Renan Dantas