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B3 (B3SA3), Bradesco (BBDC4), Nubank (NUBR33)… O que esperar do setor financeiro no 1T22

12 abr 2022, 11:22 - atualizado em 12 abr 2022, 11:22
mãos segurando cartão roxo
Entre os bancos digitais, as taxas de inadimplência crescem mais nos segmentos de cartões de crédito e empréstimos pessoais. (Imagem: Nubank/Divulgação)

O Itaú BBA divulgou um relatório de expectativas para os balanços do primeiro trimestre do setor financeiro, chamando atenção para B3 (B3SA3), Bradesco (BBDC4) e Nubank (NUBR33).

O banco comenta que os NPLs (taxas de créditos inadimplentes) de varejo “parecem estar aumentando a um ritmo mais rápido do que o esperado”. A dinâmica, juntamente com o crescimento lento da carteira de empréstimos, não é um bom presságio para os grandes bancos, afirma trecho do relatório assinado por Pedro Leduc e equipe.

“O ponto positivo é que o primeiro trimestre é sazonalmente mais fraco e o NII [receita líquida de juros] está se recuperando mais rápido”, diz o BBA, acrescentando que o resultado não deve implicar em resultados ruins para todo 2022 e ano seguinte.

Mercado de capitais

Para o Itaú BBA, a B3 deve apresentar resultados melhores que os do BTG Pactual (BPAC11). “Isso não significa que esperamos que o BTG relate números fracos, mas a B3 provavelmente fará mais revisões de ganhos para cima”.

O banco diz que os lucros do BTG provavelmente manterão um ritmo sólido, a R$ 1,7 bilhão no período, “apesar da fraqueza em certas áreas”.

Os analistas acrescentam que os investidores têm grandes expectativas sobre os resultados da instituição por conta do guidance de cerca de 20% do retorno sobre patrimônio (ROE).

Sobre a B3, o Itaú BBA espera que a empresa apresente uma receita líquida forte e pressões de custo mais baixas, “o que pode ser a melhor surpresa positiva para o mercado em uma base relativa”.

Grandes bancos

O Itaú BBA fala em “dois ventos contrários para a temporada” do primeiro trimestre dos grandes bancos: crescimento mais lento da carteira de crédito e avanço do NPL no varejo acima do esperado.

Segundo os analistas do banco, os dados sugerem que o NII e os serviços estão subindo mais rapidamente do que o pensado anteriormente. “Em termos líquidos, é improvável que o desempenho do 1T22 afete as perspectivas de lucro para o FY22, mas a composição pode”.

O Itaú BBA, no entanto, vê possibilidade de incertezas, principalmente para o Bradesco, com NII e despesas de provisão mais altas. O ritmo de consumo dos índices de cobertura pode acelerar e/ou os bancos podem ter que aumentar suas provisões, segundo os analistas.

“Recomendamos que os investidores mantenham nomes de bancos com carteiras de crédito de maior qualidade, como Banco do Brasil (BBAS3) com classificação de ‘outperform’ – desempenho superior ao do mercado”, diz. O universo de cobertura do setor não inclui o próprio Itaú Unibanco (ITUB4).

Bancos digitais

Entre os bancos digitais, as taxas de inadimplência crescem mais nos segmentos de cartões de crédito e empréstimos pessoais, destaca o Itaú BBA. “Dado o crescimento mais rápido dos bancos digitais nessas linhas de produtos durante 2021, é provável que essas empresas relatem os maiores aumentos de NPLs”.

O Itaú BBA também espera que os bancos digitais apresentem um crescimento mais lento da carteira de empréstimos em geral.

Inter (BIDI11) e Pan (BPAN4) têm grande participação no crédito consignado, que foi atingido por limites mais baixos, lembra. Empréstimos de automóveis e hipotecas também desaceleraram devido às taxas mais altas.

“No entanto, isso não implica necessariamente em lucros baixos para o Pan (provavelmente estável no trimestre, a R$ 190 milhões), uma vez que as cessões de carteira e SG&A (despesas gerais e administrativas) mais baixas compensam as provisões mais altas”.

A expectativa é de um balanço semelhante para o Inter, enquanto o Nubank será terá um crescimento mais rápido da carteira de empréstimos e menos pressão de NPL, diz o Itaú BBA.

O Itaú BBA, os bancos digitais serão os mais atingidos pelo aumento dos NPLs – especialmente devido a seus menores índices de cobertura e maior exposição a segmentos de baixa renda, diz.

O resultado do Nubank será o melhor entre os bancos digitais em termos de crescimento e qualidade de crédito, segundo os analistas.

Maquininhas de cartão

Stone (STOC31), PagSeguro (PAGS34) e Cielo (CIEL3) implementaram aumentos de preços no fim do 4T21 e no 1T22, o que deve ajudar a aumentar os lucros, na avaliação do Itaú BBA. PagSeguro e Stone divulgaram guidance acima das expectativas do mercado para primeiro trimestre.

No entanto, o foco será em quem terá o menor churn (taxa de rotatividade) e quem será mais beneficiado com as melhorias de take rate (taxa por transação) nos próximos trimestres, diz o Itaú BBA. “O setor pode estar estabelecendo a base para uma recuperação massiva dos lucros em 2023”.

Segundo o banco, o PagSeguro deve apresentar um crescimento de 57% no TPV (volume total de pagamentos) na base anual, implicando em receita total de R$ 3,3 bilhões e lucro líquido de R$ 370 milhões (pelo critério contábil não ajustado).

“Para Stone, com base no guidance, projetamos crescimento de 35% A/A do TPV e receita total de R$ 1,9 bilhão, com lucro líquido ajustado de R$ 107 milhões”, completa o Itaú BBA.

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