B3: Aproveite a queda e compre as ações, apontam analistas
As ações da B3 (B3SA3) vem sofrendo nas últimas semanas devido às especulações de um possível novo concorrente. Neste ano, os papéis acumulam baixa de cerca de 14%.
Mas para o Safra, em relatório enviado a clientes e obtido pelo Money Times, a queda não é para tanto.
“Não vemos uma razão importante para explicar a fraqueza das ações da B3 nas últimas semanas”, apontam os analistas Luis F. Azevedo e Silvio Dória.
A corretora elevou o preço-alvo da dona da Bolsa brasileira R$ 21 para R$ 23, o que implica potencial de alta de 29%, com recomendação outperform, ou seja, acima das expectativas do mercado.
A entrada de uma “nova Bolsa” ganhou força após a saída José Berenguer, do Banco XP, do conselho de administração da companhia.
Após o fato, o JPMorgan publicou relatório aventando a possibilidade da XP criar sua própria Bolsa. O banco rebaixou a recomendação da B3 de compra para neutra diante da possibilidade.
“Mesmo que o aumento da competição seja algo que deve acontecer no futuro, acreditamos que esse risco pode não ser iminente”, argumentam.
Para eles, o estoque da B3 continua com fundamentos sólidos, com forte geração de fluxo de caixa livre e boas perspectivas de volumes negociados para os próximos anos.
Além disso, a dupla ressalta o vento favorável do mercado de capitais brasileiro, com um pipeline robusto de empresas listadas e o fato da companhia oferecer um modelo de negócios diversificado.
“A empresa tem um modelo integrado, com negociação, compensação e custódia, o que confere boa resiliência na sua tese de investimentos”, dizem.
Em maio, o número de investidores cresceu 1,7% em comparação a abril e está a 226 mil de bater os 4 milhões.
Em um ano, o número de empresas listadas subiu 11,8% ante 2020, somando 391 companhias.
Margens em alta
De acordo com os analistas, o forte crescimento da receita líquida da B3 deve ser acompanhado por alguma alavancagem operacional, o que permitirá melhorias nas margens em 2021.
O Safra prevê um Ebitda, que mede o resultado operacional, ajustado de R$ 7,3 bilhões neste ano, alta de 15,2%.
Já o lucro deve ficar em R$ 5 bilhões, elevação de 13,6%.