Mercados

B3, à espera da Previdência para brilhar

16 maio 2019, 10:40 - atualizado em 16 maio 2019, 11:03

Por Eduardo Guimarães/Arena do Pavini

B3 divulgou nesta quarta-feira, após o fechamento dos mercados, o resultado operacional referente ao mês de abril de 2019.

O resultado operacional de abril foi bom, mas desacelerou em relação à média do primeiro trimestre de 2019.

A partir do primeiro trimestre de 2019 a B3 apresentou uma nova abertura de receita líquida por segmento: i) listado: ações e instrumentos de renda variável; ii) listado: juros, moedas e mercadorias; iii) balcão; iv) infraestrutura para financiamentos e; v) tecnologia, dados e serviços.

O volume médio diário no segmento de ações (Bovespa) foi de 14,7 bilhões de reais, um crescimento de 43,1 por cento em relação a abril de 2018, mas 10 por cento abaixo da média de 16,3 bilhões de reais do primeiro trimestre de 2019.

No segmento listado de juros, moedas e mercadorias (BMF), houve crescimento anual de 4,1 por cento no volume de contratos no mês em relação ao mesmo período de 2018 e aumento de 7,6 por cento na receita média por contrato.

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Esperamos impacto neutro no preço das ações da B3 (B3SA3) no curto prazo.

O mês de abril foi marcado pela volatilidade na bolsa de valores, com o Ibovespa oscilando de 93 a 97 mil pontos no período. O Ibovespa ficou praticamente zerado no mês: alta de apenas 0,3 por cento, o que explica a desaceleração no ritmo do crescimento de volume na Bolsa em abril em relação ao primeiro trimestre de 2019.

Entretanto, o crescimento do volume no segmento listado de ações é superior a 40 por cento, o que é positivo, pois quanto maior for o volume de negócios com ações, maior é a receita da empresa, com diluição dos custos fixos e aumento da margem Ebitda: o chamado “resultado na veia” da B3.

O segmento listado de ações (Bovespa) representou 41,1% da receita no trimestre, com 21,2% de participação do segmento listado de juros, moedas e mercadorias (BMF).

O segmento Bovespa poderá ter maior participação da receita em 2019, principalmente com a retomada dos processos de abertura de capital (IPO).

O principal catalisador para as ações da B3 é o processo de aprovação da reforma da Previdência, que, quando for finalmente concluído, deverá trazer um forte ingresso de capital estrangeiro na Bolsa, bem como aumento da alocação do investidor local em ações.

No mês de abril, os fundos de investimento em ações tiveram captação líquida de 1,6 bilhões de reais e 13,9 bilhões de reais em 2019. Atualmente, os fundos de ações representam apenas 7 por cento do total de fundos de investimento no Brasil.

Este artigo foi produzido pela Levante Ideias de Investimento. Leia mais sobre ações e investimentos no boletim diário da Levante.