Azul ou Gol? Uma ação vale mais a pena
As aéreas estão começando a entrar em um cenário promissor de maior penetração de viagens na América Latina, destacou o Credit Suisse. O banco está otimista com o potencial aumento de voos que as companhias aéreas brasileiras podem registrar, chegando a patamares mais próximos de Chile e Colômbia.
“O movimento de visita aos familiares e turismo de lazer tem sido responsável pela recuperação do setor, e todos os sinais indicam que o segmento de business deve passar por mudanças estruturais. Vale lembrar que cerca de 55-75% da rentabilidade da indústria vem de business travel, e qualquer volta neste segmento deve ser bastante relevante”, destacou a equipe de research da instituição no Brasil.
Entre Azul (AZUL4) e Gol (GOLL4), o Credit Suisse tem preferência pela primeira empresa. O banco adotou recomendação de outperform (compra) para Azul e de underperform (venda) para Gol.
Segundo o Credit Suisse, a Azul entregou a maior recuperação entre os players brasileiros. A companhia conseguiu ganhar participação e se tornar uma competidora mais relevante no setor aéreo.
“O capacity CAGR (taxa de crescimento anual composta) de 13% no período de 2014-2019 pode ser visto com muito bons olhos e bastante acima dos pares”, comentou a instituição, em relatório divulgado nesta semana. “A disciplina em balanço e alavancagem chamaram atenção, e enxergamos load factors (taxas de ocupação) perto de 80% até 2022”.
Fora isso, a ação da Azul é negociada a patamares atrativos de 6,8 vezes EV/Ebitda (valor da empresa sobre Ebitda) para 2023, abaixo do EV/Ebitda médio de cinco anos de 8,6 vezes.
No caso da Gol, os analistas veem baixa liquidez e uma estrutura de custos mais pesada. A recuperação da companhia deve atrasar em razão da competição com a Azul. Ademais, o papel da Gol é negociado acima do múltiplo EV/Ebitda médio de cinco anos.