Azul (AZUL4), Gol (GOLL4) e Latam vão fazer você adiar as férias; entenda
Saudade de viajar, né? Mas talvez a viagem de férias fique só na vontade diante da alta dos preços das passagens aéreas, tanto para voos domésticos quanto para internacionais. As companhias absorvem os efeitos da pandemia de Covid-19 e dos conflitos geopolíticos entre Rússia e Ucrânia, além do aumento de preços dos combustíveis. Ainda na cesta de motivos para viajar depois tem a taxa de câmbio e a inflação que assombra o Brasil e o mundo.
Entretanto, enquanto você adia a visita às praias do Nordeste, à Disney ou à Europa, as aéreas Azul, Gol e Latam viram suas receitas dispararem no segundo trimestre, impulsionadas justamente pela elevação dos preços das passagens – apesar da base de comparação mais fraca, já que, no segundo trimestre de 2021, o retorno das viagens aéreas engatinhava.
Preço nas alturas
Em julho, o índice oficial de inflação do país (IPCA) registrou deflação de 0,68%, puxado por Transportes, grupo de maior impacto no indicador no mês, com recuo de 4,51%. Mesmo com a queda nos preços dos combustíveis, as passagens aéreas subiram 8,02% no mês passado, abaixo do avanço de 11,32% em junho. No acumulado em 12 meses até o mês passado, os preços dos bilhetes avançaram 77,7%.
Um levantamento da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) apontou que o preço médio da passagem aérea no Brasil – considerando Azul, Gol e Latam – subiu 48,5% em maio na comparação com o mesmo mês do ano passado, de R$ 459,79 para R$ 682,60. Esse é o último dado do órgão regulador.
Céu de brigadeiro
A passagem da Azul foi a que mais subiu no intervalo de um ano, com o preço médio em R$ 777,75, o que justifica a receita recorde da aérea no segundo trimestre, somando R$ 3,92 bilhões, mais que o dobro do que visto um ano antes e 50% acima dos níveis pré-pandemia.
A receita da Gol não ficou muito longe da reportada pela Azul, chegando a R$ 3,2 bilhões entre abril e junho, mais de 210% acima do apurado no mesmo período do ano passado. A passagem ficou R$ 243 mais cara, na média, em um ano.
O valor do bilhete da Latam avançou R$ 220 em 12 meses, disparando para R$ 620,62 em maio deste ano. Na esteira de Azul e Gol, a receita operacional líquida total do grupo Latam (incluindo o mercado brasileiro) teve salto de 150,5% no segundo trimestre, para US$ 2,22 bilhões.
Mais altas na rota
Esta semana, executivos da Azul disseram a investidores e jornalistas que veem um crescimento na demanda por viagens corporativas, mais rentáveis do que as de lazer. Com isso, eles esperam novos aumentos de preços ao longo do segundo semestre.
Recentemente, a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) disse que prevê alta entre 5% e 10% nos preços dos bilhetes nos próximos meses.
Se você planeja viajar nos próximos feriados, no fim de ano ou nas férias de janeiro, prepare o bolso!
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