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Azul (AZUL4): XP vê potencial de alta de 18% em meio a um ‘dilema de diluição’; veja o que fazer com a ação

20 set 2024, 11:33 - atualizado em 20 set 2024, 11:33

A XP Investimentos atualizou as suas estimativas para a Azul (AZUL4), ao introduzir o preço-alvo para 2025 de R$ 6,60 por ação — um potencial de alta de 18%. A casa mantém a recomendação neutra, tendo como base um cenário de diluição altamente incerto e um perfil de alavancagem atualmente elevado.

Para o fim de 2024, a estimativa é de um Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de R$ 5,9 bilhões, em linha com o guidance e o consenso.

Os analistas da casa comentam que, apesar de a companhia ter conseguido um acordo extrajudicial bem-sucedido com os arrendadores e fornecedores, a Azul entrou no que classificam como um “dilema da diluição”.

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A companhia aérea liquidou parte de seu arrendamento de aeronaves por meio de um instrumento conversível em ações que, na avaliação da XP, ainda que ofereça um anteparo de liquidez, implicava um risco significativo de diluição de capital.

“Instigado por gatilhos de ações negativos (principalmente relacionados a câmbio/combustível), o preço das ações da Azul entrou em uma espiral descendente desde meados de 23, alimentado pela estrutura de capital conversível que implicava que ‘quanto mais baixo o preço das ações se movesse, mais baixo ele deveria se mover'”.

A XP destaca que a conversão no preço atual das ações implica uma diluição severa de 56% para os acionistas da Azul.

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Volatilidade adicional na Azul

Os analistas comentam que, à medida que se aproximava o cronograma de conversão de ações, entre o terceiro trimestre de 2024 e o quarto trimestre de 2027, om preços baixos de ações (e alta diluição implícita), foram surgindo as preocupações de liquidez/diluição em meio a especulações da mídia sobre um potencial aumento de capital ou um eventual pedido de falência, levando a ação a cair ainda mais.

“Finalmente, nas últimas sessões, a ação reagiu  às conversas sobre um potencial novo acordo com os arrendadores, o que, de acordo com um artigo da Reuters, poderia limitar a diluição de capital até ~20%. Se confirmado, isso seria um grande ponto positivo, pois implicaria R$ 1,8 bilhão em corte de dívida (120% do valor de mercado da Azul antes da notícia da renegociação)”.

Segundo levantamento da Elos Ayta, a Azul registrou uma valorização de 54,2% em apenas três dias, entre os pregões de 12 e 17 de setembro, após atingir seu menor preço histórico. No período, esse é o melhor desempenho entre as ações que compõem o Ibovespa.

Apesar da recuperação vista nos últimos dias, AZUL4 continua 90% abaixo do seu pico histórico de 28 de janeiro de 2020, quando atingiu o valor de R$ 62,41. Ainda, no acumulado do ano, as ações recuam 62%.

Repórter
Formada em jornalismo pela Universidade Nove de Julho. Ingressou no Money Times em 2022 e cobre empresas.
lorena.matos@moneytimes.com.br
Formada em jornalismo pela Universidade Nove de Julho. Ingressou no Money Times em 2022 e cobre empresas.