Azul (AZUL4) troca de lado e dispara 10%, com revisão de rating e dívidas no radar
As ações da Azul (AZUL4) passaram por uma montanha-russa logo na primeira hora de pregão desta terça-feira (03). Após entrar e sair de leilão, os papéis chegaram a cair 8,62%.
Mas as ações recuperaram o fôlego e fecharam a sessão com alta de 10,20%, a R$ 4,86.
Os investidores reagiram a rumores de que a companhia aérea iniciou diversas rodadas com bondholders, que são detentores de dívida no exterior, para tentar captar mais recursos.
No pano de fundo, o mercado segue monitorando a situação financeira da companhia aérea, que alarmou o mercado após, na última semana, circular na mídia que a empresa estaria considerando diversas opções — incluindo um pedido de proteção contra credores — para lidar com sua dívida com vencimento iminente.
A empresa esclareceu que ocorreu uma má interpretação das informações. Confira aqui.
Mesmo após o posicionamento da empresa, ontem (02), os papéis da companhia aérea enfrentaram baixa de 18,18%, a R$ 4,41 na sessão. A queda estendeu as perdas pelo sexto dia consecutivo.
Somado a isso, S&P Global Ratings cortou a classificação de crédito de emissor em escala global da Azul (AZUL4) de B- para CCC+, com perspectiva negativa, mostra relatório enviado ao mercado na segunda-feira (02).
A mudança leva em conta os resultados da companhia aérea no primeiro semestre mais fracos do que o esperado, ampliando o déficit de fluxo de caixa operacional livre para o ano e enfraquecendo a liquidez.
A agência destaca que a depreciação do real e a redução na capacidade e nos rendimentos prejudicaram os resultados do segundo trimestre da Azul.
“Nesse contexto, a empresa está buscando maneiras de fortalecer sua estrutura de capital e aumentar sua liquidez”, afirmou a S&P em relatório no qual também cortou a nota em escala nacional da empresa para brBB- de brBBB-.
“A empresa confirmou que está em negociações com os locadores para converter parte (US$ 558 milhões) de seus passivos de arrendamento em patrimônio e também está trabalhando em algumas alternativas para obter novo financiamento garantido para fortalecer a liquidez”, diz o relatório.
Segundo a S&P ainda que os vencimentos de dívida financeira nos próximos 12 meses não sejam substanciais, os arrendamentos operacionais e as necessidades de capex são significativos — em torno de R$ 5 bilhões por ano em 2024 e 2025.
*Com Liliane de Lima