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Azul (AZUL4): ‘Temos zero tolerância para perder dinheiro’, diz CEO

24 fev 2025, 15:45 - atualizado em 24 fev 2025, 15:45
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CEO da Azul afirma compromisso da companhia com custos e busca por redução da alavancagem (Imagem: iStock/Matheus Obst)

A Azul (AZUL4) está focada em reduzir os custos e a alavancagem da companhia, evidenciou o CEO da companhia, John Rodgerson, em coletiva com jornalistas nesta segunda-feira (24).

Mais cedo, a aérea reportou os resultados referentes ao último trimestre de 2024.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) atingiu R$ 1,9 bilhão no período, um avanço de 33% na comparação anual. Já a margem Ebitda foi de 35,2%, um avanço de 6 pontos percentuais (p.p.) na mesma base.

Os números agradaram o mercado, visto que a ação salta em reação ao balanço.



Segundo o CEO, como resultado do processo de reestruturação que está para ser concluído, a Azul irá eliminar mais de US$ 100 milhões de juros ao ano, após as despesas financeiras da companhia atingirem um patamar muito elevado devido à urgência criada pela pandemia de coronavírus de medidas para sobrevivência.

O CFO da companhia, Alexandre Malfitani, complementou que US$ 100 milhões é um valor conservador em relação ao que está sendo economizado pela empresa em juros.

“No passado, vínhamos tomando mais dívida, ganhando liquidez para fazer frente ao impacto da pandemia, mas agora, além de pegar mais capital, estamos reduzindo a dívida e reduzindo o pagamento de juros também”, disse na coletiva.

Evidenciando o foco da Azul no controle de custos e geração de receita, Rodgerson falou sobre a notícia deste final de semana de cancelamento de rotas. O CEO foi enfático ao afirmar que vão, de fato, fechar o que não funciona e reforçar o dá retorno.

Ao longo da pandemia, a Azul chegou a 160 cidades, segundo o CEO. No entanto, com a desvalorização do real ante o dólar, a demanda dessas cidades não acompanhou a receita necessária para suprir o novo custo.

“Nós estamos alocando nossos ativos onde podemos ganhar dinheiro. E com dólar a R$ 6, algumas rotas não fazem sentido. Então, o que estamos fazendo? Reforçando rotas que são mais rentáveis ou abrindo novas rotas”, disse.

Segundo ele, isso não quer dizer que não podem retornar destinos para cidades descontinuadas por agora, a depender de uma viabilidade em relação à demanda e câmbio.

“Hoje em dia a gente tem zero tolerância para perder dinheiro. No passado, talvez, a gente ia esperar um pouco mais. Mas onde estamos agora? Não”.

Em relação à alavancagem, o CFO da companhia destacou que o câmbio é a grande incógnita, tendo em vista que o setor aéreo brasileiro em sua totalidade depende de capital em dólar para funcionar.

O executivo defende que, independente da fotografia, a expansão da projeção do Ebitda de R$ 6 bilhões para R$ 7,4 bilhões, com geração de caixa e crescimento, a tendência é de contínua desalavanagem.

“Essa é uma meta da empresa, a gente quer continuamente desalavancar e enquanto a gente não chegar numa alavancagem mais baixa, a gente vai continuar nesse esforço”.

Reestruturação da Azul

No fim de janeiro, a Azul concluiu a reestruturação de suas obrigações financeiras, o que inclui acordos com detentores de títulos, arrendadores e fabricantes — abatendo US$ 1,6 bilhão em dívidas.

A companhia também captou US$ 525 milhões adicionais (o que equivale a pouco mais de R$ 3 bilhões), em Notas Superprioritárias, com vencimento em 2030. Esse era o último passo da reestruturação, iniciada em 2024.

Com essas operações, a Azul afirmou que a alavancagem deve recuar de 4,8 vezes para 3,4 vezes a relação dívida líquida/Ebitda em relação ao nível do terceiro trimestre do ano passado.

Na coletiva, os executivos destacaram que é preciso aguardar o fim das etapas de aumento de capital para visualizar de que maneira se dará a composição acionária da companhia aérea.

A companhia busca uma melhor governança e está realizando mudanças em diversos aspectos ainda relacionados a reestruturação, incluindo votação para transformar a empresa, que hoje tem duas classes de ações (ordinárias e preferenciais) em uma só, com direito a voto.

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Repórter
Formada em jornalismo pela Universidade Nove de Julho. Ingressou no Money Times em 2022 e cobre empresas.
lorena.matos@moneytimes.com.br
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