Azul (AZUL4): S&P e Fitch cortam nota de crédito da aérea para CC
A Azul (AZUL4) informou ao mercado, na noite de quinta-feira (31), que as agências classificadoras de risco S&P Global e a Fitch rebaixaram a nota de crédito da aérea para CC, ante CCC+ e CCC, respectivamente.
No caso da S&P, o rebaixamento ocorreu na última quarta-feira (30), incluindo ainda rebaixamento da classificação nacional para brCC de brBB-, após o anúncio de acordo com credores, anunciado pela companhia em 28 de outubro.
Na tentativa de fortalecer as finanças da empresa, a aérea informou aos investidores e ao mercado que celebrou um acordo com seus atuais detentores de dívida para um acréscimo de US$ 500 milhões em recursos – o que seria aproximadamente R$ 2,5 bilhões.
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Segundo o fato relevante, o valor total anunciado será dividido em partes. A primeira parcela, de US$ 150 milhões, será recebida agora e outra, de US$ 250 milhões, está prevista para o final do ano, com potencial para desbloquear US$ 100 milhões adicionais.
Além disso, a companhia informa que fez acordos para reduzir sua dívida com seus arrendadores – proprietários de aviões utilizados pela Azul – e OEMs (fabricantes de aviões e peças). A companhia aérea devia a essas empresas um valor de R$ 3,1 bilhões. Para reduzir essa dívida, eles concordaram em trocar essa obrigação por 100 milhões de novas ações preferenciais da AZUL4.
Por fim, a Azul também está considerando transformar uma parte de sua dívida em ações, o que significa que, em vez de ter que pagar de volta esse valor aos credores, ela oferece a eles ações da empresa. A companhia avalia a conversão de US$ 800 milhões de dívida existente com garantia secundária em ações, condicionada à melhoria de US$ 100 milhões já mencionada.
A S&P considera a transação, uma vez concluída, equivalente a um default (inadimplência).
“Embora a troca seja feita a par, sem extensão inicial de prazo ou alteração de cupons, acreditamos que a transação é problemática e os credores receberão menos do que o originalmente prometido, dadas as mudanças na prioridade sobre a garantia e a conversão esperada de parte da dívida em ações”.
A perspectiva negativa da agência significa que seu rating será rebaixado novamente para default seletivo quando o acordo for concluído, diz o comunicado. Após isso, a situação da companhia será novamente avaliada sob a nova estrutura de capital.
Fitch
Além de ter rebaixado a classificação para os IDRs (Ratings de Inadimplência do Emissor), a Fitxh rebaixou a classificação em escala nacional para ‘CC(bra)’ de ‘CCC(bra)’.
Conforme o documento, os rebaixamentos seguem os acordos de refinanciamento mais amplos da Azul, que incluem seus principais credores e fornecedores, e provavelmente resultarão em uma oferta de troca e solicitações de consentimento para suas notas existentes de 2028, 2029 e 2030.
“De acordo com seus critérios, a Fitch considera isso uma troca de dívida em dificuldades (DDE). O acordo é avaliado para evitar um default”.
A agência avalia que, apesar de nenhum corte imediato na dívida ou extensão do prazo, os detentores de títulos que não aceitarem o acordo podem enfrentar termos piores devido ao maior perfil de dívida garantida e provavelmente menor retorno da equitização de parte das notas de 2029 e 2030.
*Com Juliana Caveiro