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Azul (AZUL4) recua mais de 10% após balanço do 2T24; hora de abandonar o papel?

12 ago 2024, 13:10 - atualizado em 12 ago 2024, 17:43
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Azul performa entre as maiores baixas do Ibovespa após divulgar balanço do segundo trimestre de 2024 (Imagem: REUTERS/Rahel Patrasso)

A Azul (AZUL4) começou o pregão desta segunda-feira (12) liderando as maiores perdas do Ibovespa (IBOV), em reação ao balanço do segundo trimestre de 2024 (2T24), divulgado nesta manhã — e seguiu como a maior queda do índice até o fechamento.

Os papéis da empresa encerraram o pregão com queda de 11,95%, a R$ 7,00 — menor valor de tela desde março de 2023.



A companhia aérea encerrou o segundo trimestre com prejuízo líquido ajustado de R$ 744,4 milhões, alta de 31,3% sobre a perda de um ano antes, com queda no resultado operacional e forte impacto de variação cambial.

O Ebitda foi de R$ 1,05 bilhão no segundo trimestre de 2024, contração de 9% na comparação com o mesmo período do ano anterior.

Na avaliação do Goldman Sachs, os números foram negativos. Os analistas observam que a perda no Ebitda ocorreu devido às receitas unitárias inferiores às esperadas, que foram apenas parcialmente compensadas por custos unitários mais baixos.

Apesar disso, o banco segue com indicação de compra para Azul, tendo em vista que a empresa deve manter o poder de precificação, uma vez que toda a indústria permanece racional e focada na reconstrução da lucratividade, podendo permitir o repasse de curtos para as tarifas e abrir espaço para expansão da margem.

Já o BTG Pactual pontua que os resultados foram fracos, como já era esperado, impactados pela tragédia no Rio Grande do Sul e pela redução temporária da capacidade internacional.

“Olhando para frente, acreditamos que o foco dos investidores estará na dívida conversível, cujo período de lockup termina no segundo semestre, com a aquisição de direitos em 14 parcelas trimestrais a partir do final do período de lockup até o segundo semestre de 2027.”

Os analistas do BTG esperam que o foco dos investidores esteja nas atualizações sobre as conversas de uma possível fusão com a Gol, bem como na volatilidade do câmbio e dos preços do petróleo.

Embora não acreditem que o múltiplo EV/Ebitda para 2025 reflita com precisão o valor da empresa, o BTG reconhece que os investidores devem esperar pelo fortalecimento do real e buscar entender melhor o potencial de diluição de capital antes de considerar “(re)investir” na ação.

A classificação do banco é de compra para AZUL4, com preço-alvo de R$ 33.

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Azul revê previsões

A empresa ainda cortou projeções de desempenho para este ano, revisando para baixo a perspectiva de crescimento de oferta e de Ebitda e ampliando a projeção de alavancagem.

A companhia, agora, espera que a sua oferta cresça 7% este ano ante expansão de 11% estimada anteriormente.

A previsão para o Ebitda foi revista de cerca de R$ 6,5 bilhões para acima de R$ 6 bilhões, enquanto a estimativa para a alavancagem cresceu de cerca de 3 vezes para aproximadamente 4,2 vezes.

*Com informações da Reuters 

Repórter
Formada em jornalismo pela Universidade Nove de Julho. Ingressou no Money Times em 2022 e cobre empresas.
lorena.matos@moneytimes.com.br
Formada em jornalismo pela Universidade Nove de Julho. Ingressou no Money Times em 2022 e cobre empresas.