Azul (AZUL4) recua mais de 10% após balanço do 2T24; hora de abandonar o papel?
A Azul (AZUL4) começou o pregão desta segunda-feira (12) liderando as maiores perdas do Ibovespa (IBOV), em reação ao balanço do segundo trimestre de 2024 (2T24), divulgado nesta manhã — e seguiu como a maior queda do índice até o fechamento.
Os papéis da empresa encerraram o pregão com queda de 11,95%, a R$ 7,00 — menor valor de tela desde março de 2023.
A companhia aérea encerrou o segundo trimestre com prejuízo líquido ajustado de R$ 744,4 milhões, alta de 31,3% sobre a perda de um ano antes, com queda no resultado operacional e forte impacto de variação cambial.
O Ebitda foi de R$ 1,05 bilhão no segundo trimestre de 2024, contração de 9% na comparação com o mesmo período do ano anterior.
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Na avaliação do Goldman Sachs, os números foram negativos. Os analistas observam que a perda no Ebitda ocorreu devido às receitas unitárias inferiores às esperadas, que foram apenas parcialmente compensadas por custos unitários mais baixos.
Apesar disso, o banco segue com indicação de compra para Azul, tendo em vista que a empresa deve manter o poder de precificação, uma vez que toda a indústria permanece racional e focada na reconstrução da lucratividade, podendo permitir o repasse de curtos para as tarifas e abrir espaço para expansão da margem.
Já o BTG Pactual pontua que os resultados foram fracos, como já era esperado, impactados pela tragédia no Rio Grande do Sul e pela redução temporária da capacidade internacional.
“Olhando para frente, acreditamos que o foco dos investidores estará na dívida conversível, cujo período de lockup termina no segundo semestre, com a aquisição de direitos em 14 parcelas trimestrais a partir do final do período de lockup até o segundo semestre de 2027.”
Os analistas do BTG esperam que o foco dos investidores esteja nas atualizações sobre as conversas de uma possível fusão com a Gol, bem como na volatilidade do câmbio e dos preços do petróleo.
Embora não acreditem que o múltiplo EV/Ebitda para 2025 reflita com precisão o valor da empresa, o BTG reconhece que os investidores devem esperar pelo fortalecimento do real e buscar entender melhor o potencial de diluição de capital antes de considerar “(re)investir” na ação.
A classificação do banco é de compra para AZUL4, com preço-alvo de R$ 33.
Azul revê previsões
A empresa ainda cortou projeções de desempenho para este ano, revisando para baixo a perspectiva de crescimento de oferta e de Ebitda e ampliando a projeção de alavancagem.
A companhia, agora, espera que a sua oferta cresça 7% este ano ante expansão de 11% estimada anteriormente.
A previsão para o Ebitda foi revista de cerca de R$ 6,5 bilhões para acima de R$ 6 bilhões, enquanto a estimativa para a alavancagem cresceu de cerca de 3 vezes para aproximadamente 4,2 vezes.
*Com informações da Reuters