Azul (AZUL4): O que está por trás do salto de 10% nesta quarta-feira (22)
As ações da Azul tomaram a liderança positiva do Ibovespa (IBOV) no pregão desta quarta-feira (22). Às 13h52 (horário de Brasília), AZUL4 avançava 8,14%, a R$ 4,65. Na máxima do dia, os papéis chegaram a saltar 10,47%, a R$ 4,75.
Enrico Cozzolino, sócio e diretor de análises da Levante Investimentos, pontua que o avanço ainda reflete a expectativa de uma possível fusão com a Gol (GOLL4). Além disso, há o alívio da pressão cambial, tendo em vista o enfraquecimento do dólar frente ao real hoje.
O avanço repercute ainda o fato relevante divulgado pela aérea nesta manhã, quando anunciou que quase a totalidade do valor principal de títulos de dívida emitidos pela empresa foram trocados por novas obrigações em meio ao processo de reestruturação financeira da empresa.
A Azul afirmou que 99,69% do valor principal em circulação de notas sêniores garantidas com vencimento em 2028 e remuneração de 11,93% foram trocados.
O percentual de troca dos títulos com vencimento em 2029 e remuneração de 11,5% foi de 98,02%. A troca dos papéis com prazo em 2030 e remuneração de 10,875% envolveu 94,51% do valor principal em aberto, segundo a companhia.
Dólar à vista opera abaixo dos R$ 6
Proporcionando um alívio, nesta quarta (22) o dólar à vista chegou a bater mínima de R$ 5,9200, com queda de 1,84%, por volta de 13h40. Acompanhe o tempo real.
No pano de fundo, os investidores desfaziam posições defensivas no mercado e digeriam a possibilidade de uma política comercial mais branda do que a esperado anteriormente pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
O foco dos investidores permanece em notícias vindas da maior economia do mundo, onde Trump tomou posse na segunda-feira (20), dando início a seu novo governo com a assinatura de uma série de decretos e o anúncio de planos para as próximas semanas.
Fusão Azul e Gol
Na última semana, Azul e Gol tomaram os holofotes do mercado após anunciarem a assinatura do já aguardando Memorando de Entendimentos Não Vinculante (MoU) para uma possível combinação de negócios.
Ainda há um caminho a percorrer para que a fusão seja concretizada, como a conclusão do processo de recuperação judicial nos Estados Unidos (Chapter 11) da Gol, previsto para abril deste ano.
O fechamento da operação depende da concordância entre a Abra Group — holding controladora da Gol — e Azul sobre os termos econômicos, da conclusão satisfatória da due diligence, da assinatura de acordos definitivos e da obtenção das aprovações corporativas e regulatórias, incluindo a aprovação da autoridade antitruste brasileira.
Caso a fusão seja concluída, Azul e Gol manterão seus certificados operacionais independentes, no entanto, atuando sob uma única empresa resultante listada. Ou seja, na prática, será uma empresa — presente na Bolsa — com duas companhias aéreas, mantendo as bandeiras já conhecidas.
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*Com Reuters