Azul (AZUL4): Aérea está no caminho para se recuperar? Veja opinião de analistas após Investor Day
A Azul (AZUL4) realizou seu Investor Day na última terça-feira (03), focando a apresentação na gestão de passivos, perspectivas de crescimento, transformação da frota e nos impactos cambiais nos negócios, entre outros aspectos, destacam analistas.
O sentimento de analistas é de recuperação para a companhia aérea. No entanto, dólar e petróleo seguem como pontos que pressionam o desempenho da empresa.
As ações da companhia caíram no pregão desta quarta-feira (04). AZUL4 encerrou com baixa de 2,15%, a R$ 4,56. No ano, os papéis acumulam queda de 71,52%.
Na avaliação de analistas da Ágora Investimentos e Bradesco BBI, a companhia reduziu significativamente o risco de seu balanço patrimonial com o forte apoio de detentores de títulos e arrendadores.
Dessa maneira, as casas mantém a recomendação de compra, com preço-alvo de R$ 20 para AZUL4.
Os analistas avaliam que a alavancagem financeira da empresa pode cair e sua posição de caixa deve ser fortalecida com os novos US$ 500 milhões em dinheiro novo, além da melhoria esperada do fluxo de caixa impulsionada pelo Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de R$ 7,4 bilhões em 2025.
Os analistas destacam ainda a economia esperada de US$ 200 milhões por ano relacionada a menores despesas financeiras e outras iniciativas impulsionadas por, por exemplo, financiamento de capital de giro.
Já analistas do BTG Pactual colocam que após um desafiador 2024, os próximos anos devem ser melhores, especialmente após o processo de gestão de passivos.
“Por outro lado, o aumento do câmbio e a volatilidade dos preços do petróleo são grandes desafios a serem monitorados. Mantemos nossa recomendação neutra“, dizem. O preço-alvo é de R$ 17.
Em relação aos impactos cambiais, os analistas do BTG comentam que a Azul demonstrou uma notável capacidade de aumentar as tarifas para compensar a variação cambial desde a pandemia.
A gestão explicou que, para cada aumento de 5% no dólar, é necessário um aumento de 3% nas tarifas para compensar o impacto nas despesas e no caixa.
No entanto, recordam que, em 2018, a companhia conseguiu aumentar as tarifas acima da variação cambial devido à sua posição de liderança e à racionalidade do mercado.
O Goldman Sachs reconhece o trabalho da Azul para melhorar a liquidez e posição de balanço, no entanto, observam que há risco da perspectiva do patrimônio, à luz do risco de diluição decorrente do potencial de dívida em patrimônio.
O Sachs permanece com classificação neutra na aérea, com preço-alvo de 12 meses em R$ 6,80.