Azul (AZUL4) fecha acordo para trocar R$ 3 bilhões em dívidas por ações da aérea
A Azul (AZUL4) anunciou um acordo comercial com arrendadores e fabricantes de equipamento para trocar suas dívidas por uma participação equivalente em ações da companhia aérea.
Em comunicado enviado à CVM na segunda-feira (7), a empresa destaca que os arrendadores e fabricantes concordaram em eliminar sua participação pro-rata (cálculo proporcional sobre algum pagamento) do saldo atual das obrigações de emissão de ações, totalizando aproximadamente R$ 3 bilhões.
Em troca, eles receberão até 100 milhões de novas ações preferenciais da Azul em uma emissão única.
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O acordo de converter os US$ 600 milhões em dívidas em ações já era esperada pelo mercado. Esta etapa é importante para destravar o aumento de capital privado da empresa.
Segundo a Azul, o atual acordo representa, aproximadamente, 92% das obrigações de emissão de ações existentes.
“As negociações continuam com os detentores dos 8% restantes das obrigações de emissão de ações, bem como com outras partes interessadas, e a Azul manterá o mercado atualizado sobre quaisquer desenvolvimentos adicionais”, diz o comunicado.
Os analistas da XP, Pedro Bruno e Matheus Sant’anna, consideram o acordo positivo uma vez que:
- implica em uma diluição significativamente menor em comparação com o instrumento conversível em ação;
- e poderia desencadear iniciativas de financiamento adicionais, como dívida incremental, aumentando potencialmente a liquidez de curto prazo da Azul.
Desde o final de agosto, o mercado especula sobre uma possível recuperação judicial da companhia, que foi negada.
Azul segue em negociação com a TAP
Vale lembrar que na semana passada, a Azul confirmou que segue em negociação amigável com a companhia portuguesa TAP para uma dívida de R$ 1,2 bilhão.
A dívida diz respeito a um empréstimo de EUR 90 milhões para a TAP, com vencimento em março de 2026. A operação está reconhecida como aplicações financeiras de longo prazo nas demonstrações financeiras da Azul.